Temer faz primeiro pronunciamento e defende “governo de salvação”

Entre os principais nomes, foram confirmados o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, como ministro da Fazenda e Romero Jucá no Planejamento

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O presidente interino Michel Temer realiza na tarde desta quinta-feira (12) sua primeira entrevista coletiva, aproveitando para também empossar sua equipe de novos ministros. Entre os principais nomes, foram confirmados o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, como ministro da Fazenda e o senador Romero Jucá (PMDB) como ministro do Planejamento.

Confira a lista completa de ministros: Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações); Raul Jungmann (Defesa); Romero Jucá (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão); Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo); Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional); Bruno Araújo (Cidades); Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento); Henrique Meirelles (Fazenda); Mendonça Filho (Educação e Cultura); Eliseu Padilha (Casa Civil); Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário); Leonardo Picciani (Esporte); Ricardo Barros (Saúde); José Sarney Filho (Meio Ambiente); Henrique Alves (Turismo); José Serra (Relações Exteriores); Ronaldo Nogueira de Oliveira (Trabalho); Alexandre de Moraes (Justiça e Cidadania); Mauricio Quintella (Transportes, Portos e Aviação Civil); Fabiano Augusto Martins Silveira (Fiscalização, Transparência e Controle); Fábio Osório Medina (Advocacia-Geral da União); Marcos Pereira (Indústria e Comércio).

Em seu primeiro discurso, Temer disse que esperava que a cerimônia fosse extremamente sóbria e discreta. “Eu vejo entusiasmo nos colegas parlamentares, nos governadores, e tenho absoluta convicção de que este entusiasmo deriva da longa convivência que tivemos ao longo do tempo”, afirmou o presidente em exercício.

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O peemedebista disse que pensou em não falar neste primeiro momento, mas percebeu nos últimos dias que isso seria indispensável. Para ele, “é urgente um governo de salvação nacional”.

O presidente destacou que sua primeira palavra ao povo brasileiro é “confiança”. “Confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente, na vitalidade de nossa democracia, na recuperação da economia, nos potenciais do nosso país”, discursou. Ele disse ainda ter confiança de que “unidos poderemos enfrentar os desafios deste momento de grande dificuldade”.

Temer continuou dizendo que o “diálogo é o primeiro passo para enfrentarmos os desafios para avançar e garantir a retomada do crescimento”. O peemedebista ressaltou que é preciso resgatar a credibilidade do Brasil, internamente e internacionalmente.

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Para Temer, “teremos de incentivar as parceiras público-privadas”, para gerar emprego no país. “O estado não pode fazer, depende da atuação dos setores produtivos”. Ao governo, afirmou, compete cuidar da segurança, saúde e educação. “O restante terá que ser compartilhado com a iniciativa privada”, completou.

O presidente em exercício disse que é preciso a aplicação e consolidação de projetos sociais: “O país lamentavelmente ainda é um país pobre”. Além disso, Temer completou destacando que irá manter os programas sociais, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida. Para ele, um novo governo tem que prestigiar o que deu certo no anterior.

Entre as reformas consideradas fundamentais, Temer deu destaque para a revisão do pacto federativo. “Estados e municípios precisam ganhar autonomia verdadeira, sob a égide de uma federação real”, disse. Além disso, o presidente disse que as reforma trabalhista e previdenciária são polêmicas, mas sua mudança tem como objetivo o pagamento das aposentadorias e a geração de emprego.

Para conseguir cumprir estes objetivos, Temer afirmou que esta agenda difícil será balizada pelo diálogo e pela conjugação de esforços. Ele pediu uma base parlamentar sólida que permita conversar com a classe política e com a sociedade. O presidente ressaltou que é preciso governar junto com o Congresso.

Temer disse que a moral pública será permanentemente buscada por meio de instrumentos de controle e apuração de desvios, e ressaltou que a Operação Lava Jato deve seguir e ser protegida.

Na área econômica, o presidente em exercício destaca que o “maior desafio é estancar o processo de queda livre na atividade econômica”. Ele afirma que é preciso reconstruir os fundamentos da economia e melhorar o ambiente de negócios para o setor privado.

Neste cenário, Temer disse que serão mantidas todas as garantias que a direção do Banco Central tem para fortalecer sua atuação na política monetária e fiscal. Para ele, é preciso remover a incerteza da inflação nos últimos anos.

Temer disse que elementos de consenso permite estabelecer bases sólidas para uma política externa. Ele volta a dizer que a recuperação do prestígio do país é uma tarefa decisiva.

O presidente lembrou ainda que o Brasil estará no centro do mundo com a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro e, segundo ele, esta será uma oportunidade do País atrair a atenção de tanta gente.

“Não é o momento para celebrações, mas de uma profunda reflexão”, disse Temer. O presidente em exercício também fez questão de declarar seu respeito institucional à presidente Dilma Rousseff. Ele ainda pediu respeito às instituições e a observância à liturgia nas questões institucionais.

Temer ressaltou a importância da harmonia entre os poderes e da não interferência entre eles. Para ele, não se pode mais falar em crise. O presidente lembra que o lema do País é “Ordem e Progresso”. “A expressão da nossa bandeira não poderia ser mais atual como se hoje tivesse sido redigida”, afirmou.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.