Temer faz alerta para Dilma, mas ela desafia e entra na guerra do PMDB

Vice advertiu o governo a não se intrometer em assuntos domésticos do PMDB, mas ela segue manobrando por apoio

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto o discurso oficial foi de que, após a conversa que tiveram na última quarta-feira (8), Dilma Rousseff e Michel Temer “acertaram os ponteiros” e terão uma relação profícua, pessoal e institucional, o que se desenha nos bastidores é algo bem diferente disso.

Segundo informações do jornal O Globo, na conversa com a presidente, o vice advertiu o governo a não se intrometer em assuntos domésticos do PMDB, principalmente tentando recolocar Leonardo Picciani (RJ) no cargo de líder da bancada da Câmara dos Deputados.

“Isso pode acirrar os ânimos no partido, provocando inclusive a antecipação da convenção que vai decidir sobre a continuidade do apoio ao governo. E essa antecipação não é boa para o governo”, advertiu.

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Contudo, conforme informa o jornal e também o Valor Econômico, Dilma ignorou as advertências e está em uma intensa guerra nos bastidores e continua interferindo nas questões internas do PMDB. 

O Planalto tem operado para mudar os votos dos deputados e até governadores estão sendo acionados, para chamarem deputados anti-Picciani para o comando de secretarias estaduais, abrindo vaga na Câmara a peemedebistas mais ligados à presidente. 

Segundo o jornal Valor, citando aliados de Temer, Dilma telefonou ontem para o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, nomeado para o cargo por indicação do PR (Partido da República) para que um deputado do Rio de Janeiro troque o PR pelo PMDB, de forma a ajudar na maioria a Picciani.

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Porém, em uma ação para barrar a articulação do Planalto, o vice interveio e determinou que todas as novas filiações de deputados deverão passar pela Executiva Nacional. Contudo, a disputa continua: o PMDB do Rio de Janeiro manobra para que alguns secretários de Estado, que retomariam seus mandatos, em Brasília, que poderia levar a bancada de 9 para 16 deputados e ajudar na base de apoio da presidente. Além disso, informa o jornal Valor, a pressão também recai sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros. 

Enquanto isso, na oposição, o discurso pró-impeachment está mais alinhadoOs principais nomes do PSDB reuniram-se ontem (10) à noite em Brasília. O senador e presidente nacional do partido, Aécio Neves, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foram alguns dos presentes no encontro. Para o ex-presidente da República, existem motivos suficientes para concretizar o impeachment de Dilma Rousseff.

Aécio Neves classificou o encontro como um momento para “afinar a orquestra” em torno do discurso favorável ao processo deimpeachment. “Essa reunião é para ‘afinar a orquestra’ e estaremos cada vez mais conversando e convergindo no sentimento de que cabe à presidente da República dar respostas formais e definitivas às acusações que lhe são feitas”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.