Temer diz que é “difícil” Dilma resistir mais 3 anos e meio com popularidade tão baixa

Vice-presidente disse esperar que o governo vá até 2018 mas, se o TSE cassar a chapa, acabou; "eu vou para casa feliz da vida", afirmou, fazendo ressalva depois

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Em evento realizado em São Paulo, o vice-presidente da República Michel Temer destacou o cenário de dificuldades que o governo enfrenta, acentuado ainda pela queda da popularidade. Ele ainda afirmou que se a situação econômica e política não melhorar até o final do ano, será difícil que a presidente Dilma Rousseff conclua o mandato, em meio à baixa popularidade. 

“Hoje, realmente o índice é muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. Muitas vezes, se a economia começar a melhorar, se a classe política colaborar, o índice acaba voltando ao patamar razoável. O que nós precisamos não é torcer, é trabalhar para que nós possamos estabilizar essas relações. Se continuar assim, eu vou dizer a você, para continuar 7%, 8% de popularidade, de fato fica difícil passar três anos e meio”, declarou.

Ao ser perguntado sobre os cenários de impeachment, Temer afirmou: “espero que o governo vá até 2018. A hipótese de cassação pelo TSE eu nem discuto. As instituições têm que funcionar normalmente. Se o TSE cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida”. Ao ver a reação da plateia, Temer se corrigiu: “não sei se feliz ou não, cada um tem sua avaliação”. 

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

Jaqueta XP NFL

Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano

Quando questionado sobre se passaria para a história como oportunista ou estadista, Temer respondeu: “em momento nenhum eu agi de maneira oportunista. Muitas vezes dizem: ‘o Temer quer assumir a Presidência’. Mas eu não movo uma palha, porque aí sim eu seria oportunista”, respondeu, visivelmente irritado.

Levy e impostos
Temer também defendeu a permanência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo, afirmando que o titular da pasta  possui “apoio pleno do PMDB”.

“Ainda hoje, falei com ele [Levy] que ele tem apoio pleno do PMDB. Ele disse que o PMDB está contra, e eu disse: ‘Nada disso’. A saída dele agora seria muito prejudicial para o país”

Continua depois da publicidade

O vice também defendeu a hipótese de aumento temporário da alíquota de um imposto já existente mas ressalvou, no entanto, que antes é preciso cortar gastos e “enxugar” contratos.

A hipótese é tentar cortar gastos. Se você enxugar contratos, por exemplo, você consegue fazer… Eu sugeri isso hoje. Conversei com o ministro Levy e o ministro Barbosa antes de vir para cá e disse exatamente isso. […] Se, ao final, se for preciso em algum momento, quando muito, você pode pegar algum tributo existente e aumentar um pouquinho a alíquota temporariamente, porque você não pode aumentar uma aliquota que seja permanente. Então, você aumenta temporariamente mas se for necessário ainda”, declarou. 

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.