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(Reuters) -O governo brasileiro terá de esperar até 1º de agosto para saber como reagir à tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos do Brasil, mas terá medidas prontas para responder se necessário, afirmou nesta terça-feira a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
“Nós temos hoje, infelizmente, a constatação de que vamos ter que esperar 1º de agosto, com tudo pronto obviamente”, disse Tebet em entrevista à GloboNews. “Todas as medidas estão na mesa do presidente (Lula). Algumas delas vão ser levadas adiante, outras não, a depender do seguinte: vai haver prorrogação como houve com a China? Eles mesmos vão diminuir a alíquota tarifária de alguns produtos que ele não produzem lá?”, questionou.
Segundo a ministra, caso entre em vigor a taxa prometida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o Brasil reagirá para defender sua soberania nacional, mas não como uma tentativa de retaliação ao segundo maior parceiro comercial do país.
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Tebet ainda ressaltou a posição compartilhada por outros membros do governo de que o Brasil deseja negociar com os EUA e de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vê problema em ligar para Trump, mas observa falta de abertura do norte-americano para conversar sobre a taxação.
Ela argumentou que o presidente dos EUA estaria optando por negociar primeiro com países mais relevantes para a balança comercial da maior economia do mundo, como foi no caso dos acordos fechados recentemente com Japão e União Europeia.
Trump anunciou em 9 de julho que irá impor tarifa de 50% aos produtos brasileiros, vinculando a decisão ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e a decisões judiciais que estariam supostamente promovendo a censura em plataformas digitais norte-americanas.
Tebet afirmou na entrevista desta terça que o governo continuará buscando a regulamentação das redes sociais em casos referentes à apologia ao crime.
“É inegociável, em relação às ‘big techs’, a regulamentação no que se refere à responsabilidade delas naquilo que vou chamar de apologia ao crime”, disse.
“No que se refere a taxar ou não big techs, aí eu não tenho legitimidade e nem saberia dizer em que momento isso vai ser posto, se é que vai ser posto à mesa, como um pedido americano. Vamos aguardar quais vão ser as possíveis exigências.”