TCU condena Dallagnol a ressarcir despesas com diárias da Lava Jato, ex-procurador promete recorrer

Na decisão, o relator do caso, ministro Bruno Dantas, disse que o força-tarefa para as investigações foi desprovido de "fundamentação e justificativa"

Reuters

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O ex-procurador da República e ex-coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol foi condenado nesta terça-feira pela Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) a ressarcir os cofres públicos das diárias pagas a promotores que participaram da operação, decisão que o tornaria inelegível, mas o ex-procurador anunciou em suas redes sociais que irá recorrer.

Além de Deltan, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que comandou o Ministério Público Federal no auge da Lava Jato, e João Vicente Beraldo Romão, então chefe do MPF no Paraná, também foram condenados e terão de ressarcir os cofres públicos em 2,8 milhões de reais, em conjunto com o ex-procurador.

Os três também foram multados em 200 mil reais cada.

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A decisão torna os três inelegíveis, mas há possibilidade de recurso. Dallagnol abandonou a carreira no Ministério Público e filiou-se ao Podemos para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, representando o Paraná.

Na decisão, o relator do caso no TCU, ministro Bruno Dantas, disse que a adoção de modelo de força-tarefa para as investigações da Lava Jato foi desprovida de “devida fundamentação e justificativa”.

“Apesar do rápido agigantamento e perpetuação da operação Lava Jato e da complexidade cada vez maior dos trabalhos, em nenhum momento seu líder e coordenador ou o gestor máximo da PGR atentaram-se para a necessidade de reavaliar o modelo de custeio eminentemente temporário da força-tarefa, que seguiu sua lógica de designação imotivada de membros e pagamento continuado de altos valores em diárias e passagens a procuradores que declaravam residência em outras cidades”, disse Dantas.

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No Twitter, Deltan afirmou que ministros do TCU foram delatados no âmbito da Lava Jato, disse ser alvo de perseguição por seu trabalho de combate à corrupção e afirmou que não está inelegível, pois pode e irá recorrer.

“A 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) entra para a história como o órgão que perseguiu os investigadores do maior esquema de corrupção já descoberto na história do Brasil… O órgão se junta àqueles que, ao invés de condenar o desvio de bilhões de reais de recursos públicos, decidem condenar aqueles que se dedicaram arduamente ao combate à corrupção. Trata-se de uma absurda inversão de valores que não encontra eco na opinião pública”, escreveu no Twitter.

“Vou recorrer da decisão, que não me torna inelegível porque é recorrível, e reafirmo meu compromisso de lutar pelo Brasil e pelos brasileiros com coragem. A resposta aos ataques que vêm da velha política e seus aliados virá das urnas em outubro.”

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