“Tarifaço é uma invenção do PT”, critica Armínio Fraga

Cotado para assumir o ministério da Fazenda em um eventual governo de Aécio Neves, o sócio da Gávea Investimentos diz que pode evitar downgrade sem ajuste fiscal brusco.

Marcello Ribeiro Silva

(PSDB)

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SÃO PAULO – O ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos, Armínio Fraga afirmou nesta segunda-feira que pode evitar downgrade sem ajustes fiscais bruscos. Ele pontuou que cortes seriam necessários, com aumento no superávit primário.

Cotado para assumir o ministério da Fazenda em um eventual governo de Aécio Neves (PSDB), Fraga disse que isso seria feito de forma gradual, em um período de dois a três anos.

“Tarifaço é uma invenção do PT, pois eles seguraram os preços e estão esperando as eleições, vai depender do que eles mesmos fizerem também”, explicou Fraga, acrescentando alguma correção será necessária, “pois eles estão fazendo a Petrobras sangrar”.

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O sócio da Gávea Investimentos não poupou críticas a gestão petista, dizendo que o governo de Dilma tentou segurar a inflação artificialmente. Sobre o setor elétrico, Fraga disse que os governantes estão paralisados, decidindo se vão onerar o consumidor ou o contribuinte. “Eles estão empurrando com a barriga e isso precisa ser resolvido”.

De acordo com ele, esses ajustes fariam com que a inflação subisse temporariamente, mas destacou que na segunda metade do ano o índice de preços já estaria em trajetória descendente. “Não seria necessário mudar a meta de inflação, mas apenas determinar em que prazo se procuraria chegar na meta”, explicou Fraga. “Não acho razoável tentar chegar na meta em um ano. Seria muito sacrifício à toa”, completou.

Além disso, o ex-presidente do banco central afirmou não gostar do uso permanente dos swaps. Para ele, a política não é boa, porque passa a impressão de que o governo está tentando segurar o câmbio. “Durante um tempo gera uma certa ilusão de controle, mas é um negócio que não dura, não vale a pena”, concluiu.

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Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez críticas a Fraga e afirmou que em sua gestão no banco central brasileiro teve a maior taxa de juros do período.