Tarcísio reforça defesa de privatização do porto de Santos e diz que pode ocorrer ainda este ano

Governador de São Paulo diz que questões ideológicas não podem afetar o debate da concessão

Rikardy Tooge

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender nesta quarta-feira (1) a necessidade de privatização do porto de Santos. A decisão cabe ao governo federal, que se mostra contra a iniciativa. Freitas participou do XP Agro Conference, que reúne as principais lideranças do setor.

Tarcísio de Freitas, que até meados do ano passado foi o ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro e responsável pela formatação da concessão, diz que o projeto está pronto e que a autoridade portuária poderia ir à leilão neste ano.

A privatização teve aval da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), mas o plenário decidiu esperar a posse do novo governo para retomar o debate. A expectativa é que a concessão possa trazer cerca de R$ 20 bilhões em investimentos ao terminal.

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Porém, o governador de São Paulo reconheceu a resistência do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em realizar a privatização do porto.

“Meu trabalho agora é convencer o governo federal que precisa fazer a privatização do porto de Santos. Pode transformar a Baixada Santista e transformar o porto no maior hub de contêineres da América Latina. É um ótimo projeto. Vamos jogar esse projeto para baixo do tapete por uma questão ideológica?”, questionou Freitas.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, durante a XP Agro Conference 2023 (Leandro França/XP)

O governador paulista disse que recebeu uma sinalização positiva de Lula e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, sobre o tema. “Eles disseram que não são a favor em um primeiro momento, mas que não se oporiam a analisar a proposta. Estamos tentando mostrar para eles que podemos fazer história com essa concessão”, afirmou.

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Por outro lado, Freitas se mostrou contrário à proposta do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, de “fatiar” a concessão do porto.

“Perde potência nos investimentos. Não faz sentido repassar os serviços separadamente, sendo que o ganho vem da concessão completa, é o que vai trazer o investimento”, defendeu.

Por fim, o governador paulista lembrou da necessidade de privatizações de outras autoridades portuárias do país, bem como o investimento em ferrovias.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br