Tarcísio é hostilizado em reunião do PL e ouve de Bolsonaro que não tem experiência política, dizem fontes

Governador paulista fez discurso em defesa da reforma que, no seu entender, não seria de governo, mas do Estado brasileiro

Reuters

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em cerimônia de assinatura de pagamento de subsídios habitacionais (Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP)

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi hostilizado, na manhã desta quinta-feira (6), ao defender em reunião do PL apoio à reforma tributária e ainda ouviu do ex-presidente e seu mentor político, Jair Bolsonaro, que ele não tem experiência política, disseram à Reuters fontes que participam do encontro a portas fechadas em Brasília.

Conforme relato de três fontes, Tarcísio fez um discurso em defesa da reforma que, no seu entender, não seria de governo, mas do Estado brasileiro no encontro com dirigentes e parlamentares do PL a portas fechadas na sede do partido, em Brasília.

Contudo, o governador foi interrompido durante seu pronunciamento pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) e outros parlamentares da ala bolsonarista da legenda, contrários à reforma. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, teve de intervir para garantir a fala dele.

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Em outro momento, foi o próprio Bolsonaro quem constrangeu o governador paulista, segundo duas dessas fontes. Diante de Tarcísio, o ex-presidente afirmou que ele não tem experiência política e atacou o que o chamou de reforma tributária “do PT”.

O governador de São Paulo, que governa o Estado de maior economia do país e tem sido um dos principais defensores da reforma, deixou o encontro e foi se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que trabalha para garantir a votação da PEC da reforma em primeiro turno na noite desta quinta à tarde.

Uma fonte ligada a Tarcísio negou que ele tenha sido hostilizado na reunião do PL. Disse que ele conversou com a base do PL, esclareceu os pontos que defende e procurou manter o diálogo. Segundo essa fonte, há divergências e isso é normal para um assunto que é complexo e que historicamente não tem tido consenso, como é o caso da reforma tributária.

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O encontro foi convocado por Valdemar para tentar fechar uma posição do PL, partido com a maior bancada da Câmara, 99 deputados, sobre a reforma tributária, entre outros assuntos.