STF lacra celulares dos presentes na plateia durante julgamento do núcleo golpista

Medida inédita foi adotada após filmagens realizadas na sessão que tornou Bolsonaro réu

Marina Verenicz

Ativos mencionados na matéria

Plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Antonio Augusto/STF)
Plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Antonio Augusto/STF)

Publicidade

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta terça-feira (22) o lacramento dos celulares de advogados e jornalistas presentes ao julgamento do chamado núcleo 2 da trama golpista.

A decisão foi tomada pela Primeira Turma da Corte, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, sob a justificativa de que normas internas haviam sido descumpridas na sessão anterior — quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou réu — com registros indevidos feitos por celulares dentro do plenário.

A medida representa uma mudança significativa nas práticas do tribunal. Até então, profissionais da imprensa e da advocacia não eram obrigados a entregar os aparelhos em sessões abertas de julgamento.

Continua depois da publicidade

A decisão foi recebida com surpresa e preocupação por representantes das categorias. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) chegou a designar um advogado para atuar como observador da sessão.

Durante as sustentações orais, o advogado Marcelo Almeida Sant’Anna, que defende Filipe Martins, ex-assessor da Presidência, foi advertido pela segurança do STF por rasgar o saco lacrado que continha seu celular e utilizar o aparelho durante o julgamento. O item foi recolocado em um novo envelope.

A Primeira Turma analisa se aceita a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seis acusados de participar do planejamento e da operacionalização de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023. Entre os denunciados estão

A análise do STF pode levar os acusados a se tornarem réus por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.