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O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta tarde o conteúdo da delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, controlador do frigorífico Friboi. Os depoimentos preencheram cerca de 2 mil páginas, e as oitivas foram gravadas em vídeo.
Ontem (18), após retirar o sigilo dos depoimentos, o STF divulgou o áudio gravado pelo empresário Joesley Batista em uma reunião com o presidente Michel Temer. A prova faz parte da investigação que foi aberta contra o presidente na Suprema Corte. Também foram citados os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrela (PMDB-MG).
As revelações dos donos da companhia geraram uma forte turbulência no mundo político, uma vez que, de acordo com informações do jornal O Globo, Temer teria dado o aval para a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Porém, a análise de muitos jornais e de cientistas políticos é de que o áudio não é conclusivo. De qualquer forma, a fragilidade política de Temer e a sua capacidade de fazer reformas está sendo bastante questionada.
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Em pronunciamento na tarde de ontem, Temer afirmou que não irá renunciar ao cargo e exigiu uma investigação rápida na denúncia em que é citado, para que seja esclarecida. “Não renunciarei. Repito não renunciarei”, afirmou. Em seguida, em nota divulgada à imprensa, o Palácio do Planalto informou que o presidente não acreditou na veracidade das declarações de Joesley.
“O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”, disse a assessoria do Palácio do Planalto, em nota. A expectativa do governo é que o STF investigue e arquive o inquérito”, diz a nota.
Conforme destaca o MPF, o órgão foi procurado por pessoas ligadas à J&F, “alvo de múltiplas investigações em diversos juízos”. “Em reunião preliminar realizada em 7 de abril de 2017, foram efetivamente apresentados alguns elementos de prova que indicam a possível prática de crimes por parte do presidente Michel Temer, do atual deputado Rodrigo da Rocha Loures, do senador Aécio Neves e de outras pessoas a eles ligados”.
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De acordo com o MPF, “a negociação de acordo trouxe à baila crimes cuja prática ou seu exaurimento estão ocorrendo ou por ocorrer, em datas previstas ou previsíveis. Isso torna obrigatória, em respeito à missão constitucional do Ministério Público, a intervenção imediata para propiciar a cessação das condutas e sua induvidosa e rigorosa apuração”.
“Segundo os elementos até então colhidos, pagamentos de propinas destinadas ao doleiro Lúcio Bolonha Funaro, ao ex-deputado Eduardo Cosentino Cunha, ambos presos em decorrência de desdobramentos do caso Lava Jato e o senador Aécio Neves da Cunha teriam sido aprazadas para os próximos dias”, informou o MPF em pedido de inquérito.
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