STF: Dino dá 15 dias para Lira, Pacheco e Lula darem explicações sobre uso de emendas

A decisão do ministro do STF foi motivada por uma petição enviada pelas organizações Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional, que alegam que a Corte proibiu o "orçamento secreto"

Equipe InfoMoney

Flávio Dino tomou posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Antonio Augusto/SCO/STF)

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino estipulou, nesta sexta-feira (19), um prazo de 15 dias para o Congresso Nacional se manifestar sobre o suposto descumprimento dos fundamentos da decisão da Corte que considerou inconstitucionais as emendas orçamentárias RP9, conhecidas como “orçamento secreto”.

De acordo com a decisão, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSB-MG), poderão enviar esclarecimentos à Corte. A Presidência da República também foi intimada a se manifestar sobre o caso. O envio das informações não é obrigatório.

“Intimem-se o requerente [PSOL], bem como os interessados, presidente da República, presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal e presidente da Câmara dos Deputados, para, querendo, no prazo de 15 dias, se manifestarem acerca do noticiado pelos amigos da Corte”, anotou o ministro.

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A decisão de Flávio Dino foi motivada por uma petição enviada ao Supremo pelas organizações Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional. Segundo as entidades, o Congresso descumpre a decisão tomada em 2022, quando o STF proibiu o orçamento secreto.

Para as entidades, o Legislativo continua utilizando indevidamente as emendas de relator na forma de “emendas Pix”, por meio de transferências individuais, com baixo controle de transparência sobre a aplicação dos recursos, descumprindo os fundamentos que consideraram o orçamento secreto inconstitucional.

Após receber as manifestações, o ministro deverá decidir a questão. A data do julgamento não foi definida.

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Em dezembro de 2022, a partir de uma ação protocolada pelo PSOL, o STF entendeu que as emendas do orçamento secreto são inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras dos recursos distribuídos pelas emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.

(Com Agência Brasil)