Steinbruch diz que Dilma II será melhor, mas reafirma frase “só louco investe no Brasil”

Em entrevista à Folha, presidente da CSN vê um cenário melhor para o segundo mandato de Dilma Rousseff, mas critica alta de juros pelo BC e custo-Brasil

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O presidente da Fiesp e da CSN (CSNA3) esboçou mudanças de opinião bem significativas nos últimos meses que separaram a campanha da eleição presidencial.

Em agosto,  durante a abertura do Congresso do Aço, ele chegou a dizer que “somente um louco investe no Brasil” e criticou o custo-Brasil. Depois, ele disse que a candidata à presidência pelo PSB Marina Silva seria uma boa opção mas, no final de setembro, antes do primeiro turno, ele disse que poderia até “dilmar”.

Hoje, em entrevista publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, ele também se mostrou mais favorável ao governo, ao prever que o segundo mandato será melhor que o primeiro: “tem tudo para ser e ela vai querer entrar para a história como uma boa presidente para o Brasil”, avaliou. “A gente aprende com a experiência”. 

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Para ele, um bom nome para o ministério da fazenda, além de outras medidas, trará “conforto ao investidor” e deveria ser anunciado logo. 

Perguntado pelo jornal se ele realmente “dilmou”, Steinbruch respondeu que “dilmaria” se a presidente fizesse mudanças e afirmou que acha que elas virão mesmo. “Acredito que o segundo mandato será melhor e tem tudo para ser. Ela agora está reeleita, é um governo dela. Se antes tinha dependências partidárias, agora tem condição de fazer o governo em que acredita”. 

Ao ser perguntado sobre a sua declaração de agosto de que “só louco investiria no Brasil”, ele afirmou que falou lá atrás, dentro de um contexto, mas a frase é verdadeira. “Muita gente queria dizer o que eu disse. É um alerta para que possamos corrigir as distorções que temos, como os altos impostos, o custo Brasil. A indústria não quer nada além do que os investidores encontram lá fora”.  

Ele ainda criticou o aumento de juros: “a indústria não tem confiança para produzir e o consumidor não tem confiança para consumir. Juros altos e o real valorizado que inunda de importados aqui, não ajudam. O aumento de juros foi desnecessário. Foi uma autoafirmação do Banco Central para demonstrar uma certa independência, disposição de controlar inflação”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.