SPX encerra posição em juros no Brasil com incerteza sobre governo Bolsonaro

"Estamos aguardando sinais mais concretos da equipe do presidente Jair Bolsonaro para fazer alocações direcionais", afirma a equipe da gestora

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A SPX Capital – gestora lendária com mais de R$ 30 bilhões sob gestão e que conquistou o mercado com uma altíssima rentabilidade nos seus 8 anos de história – reforçou o seu call mais defensivo de olho nas incertezas do próximo governo.

Dentre uma das fontes de dúvida, está a implementação da agenda econômica. Vale destacar que a sessão desta terça-feira foi de queda para o Ibovespa, com o índice recuando 0,71%, a 84.84.914 pontos no final da sessão, com o mercado justamente de olho nos próximos passos da equipe econômica do novo governo.

A SPX, que tem como um dos fundadores Rogério Xavier, conhecido por sua cautela com o Brasil, encerrou a alocação tomada na parte curta da curva de juros depois do resultado das eleições e tendo em vista o cenário prospectivo para a inflação de médio prazo, por entender que ela perdeu sentido. 

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“Estamos aguardando sinais mais concretos da equipe do presidente Jair Bolsonaro para fazer alocações direcionais”, afirma a equipe de gestão. Em outubro, apontam eles, o mercado brasileiro teve uma expressiva valorização em todas as classes de ativos em direção oposta às bolsas mundiais devido ao cenário eleitoral, com a vitória de Jair Bolsonaro. 

“É natural este movimento, pois foi eliminado um cenário de estresse potencialmente muito negativo. Agora, todos se voltam para projetar como será o próximo governo. Neste sentido, tivemos alguns sinais iniciais auspiciosos, dos quais destacamos o discurso oficial de vitória, sobretudo ao ressaltar o forte compromisso com o ajuste fiscal”, avalia a SPX.

Por enquanto, destaca a gestora, o mercado está correto ao dar o benefício da dúvida de que as ideias do novo superministro da economia, Paulo Guedes, encontrarão eco dentro da heterogênea equipe de governo.

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A SPX avalia que, se um percentual razoável da agenda reformista proposta seja executado, haverá uma relevante diminuição do tamanho do Estado e a correção da trajetória da dívida pública do país. “Isto levará a um cenário de crescimento sustentável no longo prazo, para além da retomada cíclica esperada por nos encontrarmos em uma situação de baixa utilização dos fatores de produção”, afirmam.

Contudo, há expectativa de dificuldades relevantes para implementar essa agenda, com uma dúvida grande sobre como será o novo modelo de relacionamento com o Congresso, distanciando-se do presidencialismo de coalizão, que foi a regra nas últimas décadas no Brasil.

Desta forma, está se navegando em território desconhecido em termos de operação política – dentre os exemplos citados, está a tentativa de obter maiorias por meio de bancadas temáticas no Congresso, cujo sucesso parece duvidoso na visão da SPX. 

Além disso, aponta a gestora, apesar da renovação ocorrida no Congresso, a representação das corporações tornou-se mais acentuada e sua composição ideológica não se tornou mais reformista.

Cenário externo

Enquanto isso, no exterior, houve um mês de muita volatilidade, com quedas consideráveis das bolsas ao redor do mundo, por conta de um acúmulo de notícias negativas. Dentre elas, a discussão do orçamento italiano, pressões de custos e salários nos EUA, acirramento da guerra comercial e, principalmente, a abertura da curva de juros, assim como a temporada de balanços americana, que não foi positiva ao sinalizar demanda e custos ligeiramente piores para frente.

Nos EUA, o cenário base de muito tempo foi mantido, ao ver a economia crescendo acima de seu potencial, o desemprego nas mínimas históricas e a inflação já tendo atingido a meta do Federal Reserve, levando à projeção da continuidade do ciclo de alta de juros, até próximo de 3,5% no início de 2020. Isso contribuirá, na visão da SPX, para drenar a liquidez global.

Já na Europa, o crescimento surpreendeu negativamente, especialmente na Alemanha, embora se avalie que houve fatores temporários enquanto que, na China, a economia está em desaceleração, mas agora em maior intensidade devido às incertezas geradas pelas questões comerciais.

“Este pano de fundo complicado para o mundo reforça a cautela que se deve ter com o cenário projetado para o Brasil, que, embora positivo, estará cheio de incertezas no caminho”, aponta a gestora. Contudo, em relação à bolsa brasileira, a SPX tem alocações compradas, com destaque para empresas de commodities e nos bancos. 

Nos juros internacionais, a SPX segue com alocações tomadas na parte intermediária da curva dos Estados Unidos e da zona do euro. 

Já com relação às moedas, a gestora está com posições vendidas em moedas de países emergentes contra o dólar americano. “Na parte internacional, estamos com posições compradas em empresas do setor de óleo europeu e pares de empresas do setor bancário europeu e americano que se beneficiam da piora na classe de emergentes, além de uma alocação direcional comprada na bolsa americana”. Em relação a commodities, a gestora segue comprada em milho e níquel, e vendidos em soja.

No mês de outubro, o SPX Nimitz não teve um bom desempenho, ao ter uma queda de 0,58%, ante um CDI de 0,54% no mesmo período. Contudo, no acumulado do ano, a alta é de 9,94%, ante variação positiva de 5,38% do CDI. O fundo rendeu 194% desde o seu início, em 2010. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.