Sou pró-Bolsonaro e meu colega é petista: como lidar com essa situação no trabalho?

Em entrevista ao InfoMoney, Breno Paquelet, especialista em negociações estratégicas pela Escola de Negócios de Harvard deu as dicas

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – As eleições estão cada vez mais perto e o cenário se mostra, por vezes, bem polarizado. Se discutir política entre amigos já é complicado, no trabalho pode ser ainda pior. Mas é preciso ter bastante cuidado na hora de lidar com esse tipo de conflito no ambiente profissional para não estremecer as relações diárias de que tanto precisamos no desenvolvimento das nossas tarefas.

Considerando por exemplo, um indivíduo adepto às propostas de Bolsonaro e o outro do que pregam o ex-presidente Lula e o PT. Como estas duas pessoas podem conviver juntas no dia a dia sem que a posição política os atrapalhe? 

Na última edição do programa Carreiras do Mercado (player acima), Breno Paquelet, especialista em negociações estratégicas pela Escola de Negócios de Harvard, explicou que a primeira coisa que as pessoas deveriam se perguntar antes de entrar em uma discussão política no trabalho é: “o que eu quero?”. Se a resposta for “convencer o outro da minha opinião”, então é melhor nem começar a discutir. “Só vai prejudicar a relação e fazer com que essa pessoa tenha menos vontade de lidar com você quando o assunto for trabalho”, explica. 

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Isso porque a polarização está muito forte nos últimos anos, fenômeno que foi denominado “efeito das tribos”. “O nome foi dado pelo professor de Harvard Daniel Shapiro e representa aquela situação em que cada pessoa fica querendo defender a sua posição, o seu grupo, e cada alimenta cada vez mais uma disputa do ‘nós’ contra ‘eles’ – o que ‘eu’ penso contra o que ‘você’ pensa sem resultados efetivos”, explica. 

Porém esse tipo de atitude no trabalho enfraquece a relação e qualquer eventual discussão. “As pessoas têm uma tendência de achar que a posição delas é a mais legítima, a mais moralmente aceita e passam a ficar buscando argumentos para reforçar essa posição”, afirma. 

Para ele, no ambiente de trabalho é aconselhável evitar quaisquer discussões sobre política, justamente em nome da boa relação com o colega que não tem a mesma posição que a sua. 

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Ele explica que quando duas pessoas têm duas posições muito firmes, elas não vão mudar de ideia. “A tendência é ficar no debate eterno: uma querendo mostrar para a outra o quanto ela não consegue enxergar, o quanto ela é menos inteligente e quanto ela tem visão menos completa, mas elas não vão mudar”, diz. Para ele, é preciso escolher os debates que você entra. 

“Você já sabe qual é o resultado da conversa. Todos querem um país melhor e melhores condições, mas querem alcançar isso de formas diferentes”, afirma. E é isso que precisa mudar. 

Conversar focando em soluções é uma alternativa para manter o ambiente estável e agradável, mas separando a política de partidos políticos e nomes. “O que poderíamos fazer para resolver um problema de educação em que jovens saem da escola e não tem oportunidade de trabalho? essa é uma discussão que pode existir e não tem problema”, explica. 

Segundo ele, ainda, ter uma relação saudável no trabalho é ter acesso a todo mundo – até para desenvolver melhor suas responsabilidades. Então sempre que o assunto for política pense bem antes de agir. 

Assista ao trecho do Carreiras do Mercado no player acima. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.