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SÃO PAULO – Com o Brasil assumindo um papel de maior peso no mercado global, a mudança de governo do País é importante – mesmo que a continuidade seja a palavra da vez.
A avaliação é do Société Générale, que aponta a formação do gabinete e a agenda política da nova administração como principais pontos de atenção. “As nuances importam, e os desafios à frente seguem grandes”, afirma o banco em relatório.
Transição deverá ser tranquila
Com os dados apontando para a vitória de Dilma Rousseff, seja no primeiro ou no segundo turno, o Société diz que a transição entre as administrações deve ser tranquila. Entre as projeções do analista Alejandro Cuadrado estão a expectativa de preservação do tripé de metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal.
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Além do mais, o governo deverá manter ou até mesmo expandir a participação na economia, particularmente no setor estratégico de petróleo e gás, ao passo que os bancos públicos continuarão como o principal provedor de crédito para famílias de baixa renda e para financiar obras de infraestrutura, visando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Já quanto à equipe do novo governo, Cuadrado ressalta que, apesar de nomes “pró-mercado”, como o de Antonio Palocci, já se destacarem, a definição final será importante. “As nuances em suas personalidades e focos fazem diferença, porque em alguns cenários, todas as políticas econômicas não parecem ser compatíveis: taxas de juro de um dígito, inflação em baixa, gastos públicos, forte crescimento, níveis menores de dívida e controle do câmbio. Parece muita coisa, até para o Brasil”, explica.
Desafios
O maior desafio, aponta o analista, será unir força política o suficiente para formar uma coalizão no Congresso, “marcado pela fragmentação e pela falta de consistência ideológica”. “Dilma é vista como uma gestora ativa, mas sua habilidade política e vontade de fazer reformas são mais questionáveis”, frisa.
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E, apesar de afirmar que reduzir o ritmo dos gastos fiscais seria “desejável”, o Société mantém-se cético quanto à profundidade das medidas de controle de gastos do Governo. “Os formuladores de política não veem uma necessidade urgente de conter os gastos”, argumenta o relatório. “E o desafio econômico, particularmente nos fronts de investimento e infraestrutura, permanece significativo”, afirma Cuadrado.
Por fim, o banco aponta que, para o Brasil atingir um crescimento mais elevado, é preciso mudar de um modelo de governo baseado no consumo para outro cujo foco é o investimento. “E em um mundo como o de hoje, isso só pode ser feito através do controle da política fiscal”, finaliza.
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