Sociedade também precisa assumir responsabilidade, diz Marina sobre queimadas

"Estamos fazendo tudo aquilo que precisa ser feito", afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ao comentar a emergência climática que assola o país e o mundo

Fábio Matos

Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente (foto: Lula Marques/ Agência Brasil)
Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente (foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), reconheceu mais uma vez a gravidade da emergência climática no Brasil e no mundo, mas afirmou que o governo federal vem fazendo “o possível” para combater os incêndios florestais e as queimadas que assolam diversas regiões do país, entre as quais o Pantanal e a Amazônia.

Em entrevista ao UOL, nesta quarta-feira (11), Marina disse também que, além dos governantes, a sociedade civil também precisa assumir sua responsabilidade em relação à preservação do meio ambiente.

“Tudo o que precisava ser feito, a gente está fazendo. Agora, é preciso que a gente entre em uma lógica de a sociedade também se responsabilizar. Não tem como você dizer: ‘As pessoas estão livres para tocar fogo e aí o governo federal que apague, o governo estadual que apague, os proprietários que apaguem’”, observou a ministra.

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“A primeira coisa que a gente tem de deixar claro para a população, e os cientistas estão fazendo isso muito bem, é não deixar as pessoas se iludirem com falsas expectativas de coisas que os humanos não conseguem fazer”, prosseguiu Marina.

“As coisas que nós poderíamos fazer para evitar que o rio seque eram para ter começado em 1992. As coisas que a gente deveria ter feito para evitar que a temperatura chegasse a 1,5 ºC [de elevação da temperatura do planeta em relação ao período pré-industrial] no ano passado deveriam ter começado em 1992. Agora nós estamos vivendo sob os efeitos da mudança climática”, constatou.

Marina rebateu as críticas de que o governo estaria demorando a agir no combate aos focos de incêndio espalhados pelo país.

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“Agora estamos fazendo aquilo que precisa ser feito, que é uma política estruturante no sentido de que, mesmo tendo sido antecipado o período seco e dos incêndios no Pantanal, nós estávamos prontos para fazer o combate. Se não fosse a ação do governo federal, nós estaríamos em uma situação de completa falta de controle”, disse a ministra.

Apesar do momento difícil que o país enfrenta, a ministra do Meio Ambiente afirmou que agradece “a Deus” por estar à frente da pasta.

“Por mais que esteja sendo atribuído a quem lutou a vida toda para que isso não acontecesse, eu agradeço a Deus por estar neste lugar. Eu prefiro estar neste lugar, porque eu sei o que estamos fazendo. É uma equipe que sabe o que está fazendo”, concluiu.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”