Situação é desafiadora para os investidores, diz gestor que cuida de R$ 650 milhões

Para o CEO e gestor da DLM Invista, Marcelo Domingos, 2014 será um ano de volatilidade nos mercados

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO –2014 promete ser um ano com muitos desafios, com as eleições presidenciais e a situação econômica do país no radar do mercado. Com isso, os investidores (inclusive os profissionais) terão vários obstáculos pela frente, na opinião de Marcelo Domingos, CEO e gestor da DLM Invista, uma asset que tem R$ 650 milhões sob sua responsabilidade.

“A situação, em termos de gestão de ativos, é bastante desafiadora”, disse em entrevista ao InfoMoney. Neste cenário, ele acredita que os fundos multimercados possam ser uma opção interessante. “Acho que essa classe de fundos deve continuar lidando com bastante volatilidade. A captação dos multimercados deve crescer por terem mecanismos de gestão que capazes de conviver melhor com um cenário desses”, afirmou.

No mercado de renda fixa, com o ciclo de aperto monetário, ele afirma que investir em títulos pós-fixados (menos voláteis e que se beneficiam com a alta dos juros) pode ser uma boa alternativa para os conservadores. “Não acho que seja uma estratégia perdedora”.

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Os títulos de inflação, ótimos para investidores de longo prazo e para os que possuem um perfil mais propício a correr riscos (se vender antes do vencimento, pode-se ter prejuízo), também podem ser uma opção interessante, mas é necessário se atentar para o prazo do título. “No curto prazo pode haver algum risco”, acredita.

Eleições
Em relação às eleições, Domingos lembra que a presidente Dilma Rousseff, provável candidata à reeleição, tem mostrado vantagem nas pesquisas. No entanto, mais um mandato do mesmo partido pode ser ruim para o país.

“Minha preocupação não é com “esse” ou “aquele” partido, mas a alternância é positiva. É como se você mudasse o diretor financeiro, ou o diretor presidente de uma empresa. Você muda porque aquela pessoa tem uma visão diferente”, ressalta. “Quando há mudanças, as coisas [erradas] aparecem. Aquele que chega mostra o que estava errado. Mas, infelizmente, há indícios de que pode não haver alternância”, disse.

Ainda segundo ele, se a candidata do PT vencer as eleições deste ano, não haverá grande “alvoroço” no mercado . “Isso já está, em grande medida, precificado. O mercado antecipa, não tem mais tanto downside no preço dos ativos’”, ressalta.

Sobre 2014, ele enxerga um pessimismo geral, mas afirma que grande parte dessa visão em relação à situação do país também já está no preço dos ativos. Na opinião de Domingos, o governo deverá ceder em alguns pontos e mostrar ao mercado que está disposto a fazer mudanças e reformas necessárias. “Pode até ser que o governo não queira dar algumas sinalizações, mas vai precisar dar. A questão é se o mercado acreditar ou não”, disse.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip