Sino da morte ecoa para estratégia econômica brasileira, sentencia o Financial Times

Em publicação do jornal britânico destaca o fracasso do atual modelo e se pergunta quando o País voltará a adotar medidas ortodoxas; com isso, FT sentencia morte do atual modelo econômico

Lara Rizério

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SÃO PAULO – “Sentença de morte”: este foi a expressão usada pelo Financial Times para falar sobre o futuro da estratégia econômica de Dilma Rousseff, em artigo do último final de semana. A nova matriz de políticas econômicas, com queda das taxas de juros e taxa de câmbio em baixa com controles cambiais e incentivos industriais fiscais temporários, foi aplicada para projetar um crescimento de 4%, aponta o jornal.

Contudo, a publicação destaca que o resultado dessas medidas foi ruim, com baixo crescimento e alta inflação: enquanto a inflação deverá se aproximar do teto da meta, de 6,5%, o PIB (Produto Interno Bruto) deverá crescer em cerca de 2% em 2014, uma das taxas mais lentas desde a década de 1990. 

Com a credibilidade em xeque, o crescimento baixo e o rebaixamento de rating no final de março pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, o jornal afirma: “a maioria dos economistas acredita que o governo começou a tropeçar em 2012, após o início da crise da zona do euro”.

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A partir daquele momento, segundo o jornal, o governo do Brasil promoveu uma forte redução de juros e adotou medidas tidas como “heterodoxas” para combater a inflação, como segurar os preços de combustíveis através da Petrobras (PETR3;PETR4), além de medidas para reduzir a energia. 

Porém, as pressões inflacionárias forçaram o Banco Central nacional a retomar a alta dos juros, passando de uma baixa recorde de 7,25% para 11%, e ainda novos aumentos podem ser possíveis. Neste sentido, a publicação britânica avalia que a principal questão para investidores no Brasil é o quão depressa essa matriz econômica poderá ser substituída por modelos mais ortodoxos.

Tony Volpon, economista do Nomura, declarou ao FT que os governantes brasileiros acreditam que a luta contra a inflação traz prejuízos à economia, mas não combatê-la prejudica muito mais. O jornal destacou ainda importantes questões estruturais, como a importância de uma redução da carga tributária, uma vez que ela passou de 27% em 1997 para 36% em 2012. Por fim, está o desafiador discurso do governo, com a presidente Dilma Rousseff afirmando que a inflação segue dentro da meta oficial por 12 anos. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.