Sexto pedido de impeachment contra Janot agrava tensão com mundo político

Janot tem negado veementemente a autoria dos vazamentos dos áudios de Machado como suposta ferramenta de pressão sobre a atuação do Supremo

Marcos Mortari

Ex-procurador-Geral da República, Rodrigo Janot (Crédito: Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Em meio ao aumento da temperatura no campo político com o vazamento das gravações de caciques peemedebistas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e o subsequente pedido de prisão de José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e Eduardo Cunha, o procurador-geral da República volta a ser alvo de pedido de impeachment no Congresso. Na última terça-feira, duas advogadas que defendem o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff protocolaram o pedido contra Janot.

Elas alegam que o procurador foi parcial ao não solicitar, tal como fez com peemedebistas, a prisão de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uma possível tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato, evidenciada em provas anuladas recentemente pelo ministro Teori Zavascki. A argumentação de Beatriz Kicis e Claudia de Faria de Castro é que havia parcialidade de Janot na condução das investigações contra políticos que gozam do chamado “foro privilegiado”.

Presidente do Senado, Renan Calheiros prometeu “avaliar” o destino que dará ao requerimento. Segundo ele, esse é o sexto pedido de impeachment contra Janot. O contexto em que o episódio se insere é delicado para o procurador, em um momento em que os procuradores são alvo de ofensiva do mundo político sob a alegação de excessos cometidos.

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Janot tem negado veementemente a autoria dos vazamentos dos áudios de Machado como suposta ferramenta de pressão sobre a atuação do Supremo. Relator da Lava Jato na corte, Teori, no entanto, negou o pedidos de prisão. Em defesa, dias atrás, o procurador disse que não possui “transgressores preferidos” e que todos serão investigados.

“Da esquerda à direita; do anônimo às mais poderosas autoridades, ninguém, ninguém mesmo, estará acima da lei, no que depender do Ministério Público. Assim exige a Constituição; assim exige a República”, disse ao participar do encerramento de um encontro de representantes do MPF na última sexta-feira, em Brasília. Enquanto isso, a temperatura ainda nda não tende a dar sinais de arrefecimento na capital federal.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.