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SÃO PAULO – Após anunciar a sua saída do ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo concedeu entrevista aos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, em que relatou as dificuldades enfrentadas durante o período em que foi titular da pasta.
À Folha, Cardozo afirmou que deixou o cargo por “desgaste pessoal e político” e admite que setores de seu partido, o PT, pediram que ele atuasse de forma “diferente” diante da Polícia Federal, para que a atuação da corporação fosse “melhorada”. O futuro advogado-geral da União afirmou não ter sofrido pressão direta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para deixar o cargo.
Sobre a Lava Jato, Cardozo afirmou não ver qualquer tipo de interferência política. “O ministro que irá tomar posse [Wellington César] agirá, não tenho a menor dúvida, dentro dos mesmo padrões que têm caracterizado minha conduta. Ele tem o mesmo comprometimento democrático e talvez até maior habilidade para conduzir o processo do que eu”.
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Ao Estadão, ele afirmou ter sofrido pressão de todos os lados, destacando que “é difícil ser republicano neste País”. “Houve uma situação de fadiga de material.”
“As críticas foram de setores da base aliada do governo e da oposição. Não posso imputar isso a A, B ou C. É da vida”, destacou, ressaltando que não tem nenhuma intenção de sair do PT.
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