Seria engraçado se não fosse um péssimo sinal, aponta Le Monde sobre “excêntrico” candidato a presidente em 2018

Jornal francês ressalta a pré-candidatura do cirurgião plástico das estrelas Dr. Rey à eleição presidencial de 2018, "uma ambição que ilustra o mal estar da política no país''

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ano de 2018 bate à porta e, com ele, a cobertura internacional sobre as eleições presidenciais brasileiras deve se intensificar. Mas, além dos nomes que estão na dianteira das pesquisas, como Lula e Jair Bolsonaro, outros nomes mais “inusitados” também vêm ganhando a atenção da mídia internacional (com muitos veículos tendo como foco a questão do populismo no pleito do ano que vem).

Na última quinta-feira (28), o jornal francês ”Le Monde” publicou um perfil do Dr. Hollywood, Robert Rey, como possível candidato a presidente do Brasil. A publicação aponta que o cirurgião plástico oficializou sua pré-candidatura na eleição presidencial de 2018, “uma ambição que ilustra o mal estar da política no país”.

”A ambição do médico das estrelas seria engraçada se a candidatura não ilustrasse o profundo mal estar político do Brasil. Quase quatro anos após a deflagração da operação Lava Jato, a população perdeu todas as ilusões sobre a sua classe política”, afirma a publicação francesa. 

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O jornal aponta que ninguém no País ignorava a onipresença da corrupção. “Contudo, a extensão do escândalo, o cinismo dos réus e a imagem de malas recheadas de dinheiro para garantir uma vitória e uma vida de riqueza a uma elite sem escrúpulos deixaram os brasileiros com desgosto. Esse clima de náusea leva o país a buscar um salvador político”, diz.

O jornal destaca que está não é a primeira disputa presidencial que o Dr. Hollywood deve disputar, já que ele foi candidato a deputado federal pelo PSC em São Paulo, mas teve apenas 21,3 mil votos e não se elegeu. “Agora, ele quer ir mais longe”, aponta o Le Monde, citando a fala de um assessor de imprensa que afirma que “Dr. Rey sente que o país precisa dele”, confirmando a seriedade da iniciativa.

Em entrevistas recentes, como para a Folha de S. Paulo, Rey afirmou que quer trazer de volta a ‘pura direita’, inspirada no modelo de gestão dps EUA, o qual vê como saída para a crise econômica e o combate à corrupção. “Eu acredito no Brasil de Primeiro Mundo. Vamos arrumar a nossa casa. O país é uma piada aqui fora. A nação está de joelhos para o mundo. Saí daqui um comunistinha que tinha que roubar para comer. Quando cheguei aos EUA, eu vi um sistema que funcionava”, afirmou.

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Em novembro, uma entrevista concedida por ele e publicada na página do Facebook ‘Programa Fabíola Lyma’ ganhou destaque nas redes sociais ao falar que quer trazer de volta a “sensualidade” do Brasil.  “Nós somos uma nação linda, nós somos inteligentes, nós somos sexy! Eu quero trazer de volta a nossa sensualidade!”, disse ele. Dr. Rey também afirmou que em seu mandato crianças que cometerem assassinatos aos 8 anos de idade serão julgados como adultos e trabalharão durante o período de detenção, pois serão “escravos da sociedade”. “Educação é bom, mas o que falta no Brasil é chicote”, afirmou, gerando reações de apoio e de repúdio nas redes sociais. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.