Sergio Moro pede que MPF investigue blogueiros sob acusação de calúnia e difamação

O juiz afirma que notícias falsas e caluniosas contra ele foram publicadas por dois blogueiros

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, abriu uma representação ao MPF (Ministério Público Federal) do Paraná por crimes contra a honra contra dois blogueiros que publicaram conteúdos sobre a família e a trajetória jurídica do magistrado.

O juiz afirma que notícias falsas e caluniosas foram publicadas por Fabiano Portilho, do Portal I9, e Miguel Baia Bargas, do blog Limpinho & Cheiroso. Ele afirma que eles são os responsáveis por alguns dos “blogs de atuação duvidosa [em que] têm sido pontualmente veiculadas afirmações falsas, caluniosas, difamatórias e injuriosas do ora requerente [Moro]”.

Moro diz acreditar que as liberdades de imprensa e expressão são “fundamentais” ao exercício da democracia, mesmo quando incluem críticas duras e injustas a autoridades públicas. Contudo, aponta que  “principalmente em alguns blogs da internet de reputação duvidosa têm sido pontualmente veiculadas informações falsas, caluniosas, difamatórias e injuriosas a respeito do ora Requerente”. O juiz afirma ainda que as notícias falsas podem ser uma ação isolada ou algo maior que visa afetar a condução dos processos judiciais. 

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O juiz menciona quatro reportagens como embasamento para a acusação, entre elas uma que afirma que a esposa de Moro foi assessora do vice-governador do Paraná, ligado ao PSDB. Outro texto diz que o proprietário de um escritório em que Moro trabalhou como advogado (antes de ser juiz) estaria ligado ao desvio do dinheiro da Prefeitura de Maringá (PR).

Moro diz que, “embora tenha tolerado por algum tempo essas notícias infamantes, a reiteração e a estratégia de baixo calão moral de atacar sucessivamente pessoas ligadas” a ele o forçou a recorrer ao MPF.

Por ter sido alvo desses crimes contra a honra por sua atuação na Operação Lava Jato, o magistrado pede ao MPF que tome as providências necessárias para processar criminalmente Portilho e Bargas. Mas ele afirma que não deseja “qualquer providência de censura ou interdição das matérias”.

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Baia, do blog “Limpinho&Cheiroso”, escreveu sobre a representação e disse que nunca teve intenção de difamar o juiz, afirmando que seu blog apenas reproduz conteúdo de outros veículos. Portilho, por sua vez, não escreveu sobre o assunto em seu site, mas afirmou em uma rede social: “diziam que não era um petista fiel e que não vestia a camisa. Olha a paga”.   

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.