Será que Tombini está por trás dos protestos no Brasil? FT semeia a dúvida

Blog do FT, Beyond Brics, destaca que trabalho da contenção de inflação ficará mais fácil com redução de passagens; entretanto, exigências podem levar à deterioração fiscal

Lara Rizério

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SÃO PAULO – “O presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, não se parece exatamente com um ativista típico. Mas algumas pessoas brincam que ele pode estar orquestrando a recente onda de protestos que vem ocorrendo no País”. Assim começa o texto do blog do Financial Times, Beyond Brics que, assim como boa parte da imprensa internacional, também acompanha de perto as manifestações que tomam conta das cidades brasileiras.

Mas o que Tombini teria a ver com os protestos? De acordo com o blog do Financial Times, o trabalho de contenção da inflação de Tombini será com certeza muito mais fácil agora que muitos estados têm cedido às exigências dos manifestantes e revogado os recentes aumentos das tarifas de ônibus, trem e metrôs. 

Prova desse alívio pode ser exemplificado na última sexta-feira (21), com o anúncio do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), que subiu 6,67% no acumulado dos doze meses até meados de junho, ultrapassando mais uma vez o teto superior da meta do Banco Central, de 4,5%, com 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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Desta forma, a redução da tarifa em alguns estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, pode ajudar a trazer a inflação para dentro da meta para os próximos meses, afirmam alguns economistas.

“Isto certamente será um alívio para Tombini, que tem enfrentado uma pressão política para manter as taxas de juros baixas em detrimento do aumento de preços”, destaca o artigo. As informações da Reuters eram de que o presidente do BC teria cancelado uma viagem a Londres na segunda-feira porque ele precisaria ficar no Brasil para monitorar o mercado. “Ou ele estaria, talvez, muito ocupado em trabalhar nos protestos?”, questiona o blog do FT.

Brincadeiras à parte, o economista da Gradual Investimentos ouvido pelo blog destaca que a inflação está abrandando de qualquer maneira este ano. Ele possui projeção de 5,1% para a inflação neste ano e um PIB de 2,1%, destacando estar pessimista sobre a atividade econômica e não sobre os preços no Brasil. Por outro lado, destaca, os protestos podem caminhar na direção contrária, pois podem desencadear mais gastos em meio às manifestações para melhorar o serviço público, levando a maior deterioração fiscal. “Os manifestantes e o mercado não estão segurando as mesmas bandeiras neste caso”, afirma Perfeito. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.