“Sem falsa modéstia, R$ 120 mil (por mês) é irrisório”, diz José Dirceu a Sergio Moro

Ex-ministro chefe da Casa Civil afirmou que ganhou R$ 40 milhões em consultorias, mas que está em dificuldades, o que não convenceu investigadores da Lava Jato

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu afirmou em depoimento na sexta-feira (29) ao juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, que enfrenta dificuldades financeiras, apesar de ter ganhado R$ 40 milhões em consultorias. O ex-ministro afirmou que tinha “muitas despesas”, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo

Já segundo o Globo, Dirceu disse que os valores cobrados por ele para prestar consultoria são baixos em troca dele “emprestar” seu nome e prestígio às empresas investigadas na Lava Jato. “Sem falsa modéstia, R$ 120 mil (por mês) é irrisório”, afirmou. 

Segundo o jornal, o relato de Dirceu não convenceu os investigadores da Lava Jato. Segundo eles, as dificuldades e as despesas não o impediram de gastar R$ 1,5 milhão com a reforma de sua casa.

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Dirceu ainda se disse incomformado com o fato de estar preso em regime fechado. “Eu não consigo aceitar a minha prisão, doutor Moro”, disse. “Eu estava prestando todas as informações, eu estava no regime aberto em Brasília, domiciliar, eu estou sempre à disposição da Justiça, eu vou assumir o que tiver que assumir”, disse Dirceu, segundo a Folha de S. Paulo. “Agora, o que eu não posso é pela segunda vez virar chefe de quadrilha”, afirmou, referindo-se ao processo do mensalão. “Se a Justiça do meu país, como me condenou, me condenar a segunda vez, eu vou cumprir.”

No depoimento, Dirceu ainda afirmou que o empresário Milton Pascowitch, um dos delatores do esquema de desvios da Petrobras, pagou a reforma de seu apartamento e de sua casa.

Segundo a Agência Brasil, de acordo com seu advogado, Roberto Podval, Dirceu negou que tenha indicado o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, apontado como indicação do PT, para o cargo. O ex-ministro foi interrogado na ação penal da Lava Jato na qual é réu. 

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De acordo com a defesa do ex-ministro, José Dirceu não recebeu diretamente o dinheiro da reforma. Acrescentou que o custeio foi feito em razão da amizade entre Dirceu e Pascowitch. O ex-ministro e mais 15 investigados foram denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Além do ex-ministro, também prestou depoimento hoje Gerson Almada, ex-executivo da empreiteira Engevix.

A acusação contra Dirceu e os demais denunciados se baseou nas afirmações de Milton Pascowitch, em depoimento de delação premiada. O delator afirmou que fez pagamentos em favor de Dirceu e Fernando Moura, empresário ligado ao ex-ministro.

Segundo os procuradores, o dinheiro saiu de contratos entre a Engevix e a Petrobras e teriam passado por Renato Duque e o empresário Fernando Moura, que assinou acordo de delação premiada. 

José Dirceu está preso preventivamente desde agosto do ano passado em um presídio em Curitiba. A defesa do ex-ministro disse que a denúncia é inepta, por falta de provas. Conforme os advogados, a acusação foi formada apenas com declarações de investigados que firmaram acordos de delação premiada.

(Com Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.