Selic só deve voltar a subir após as eleições presidenciais em 2014

Economista da SulAmérica Investimentos ressalta trechos da ata do Copom divulgada na última quinta-feira, que apontam para soluções para economia que não competem à política monetária do BC

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Em meio às grandes novidades trazidas pela ata do Copom (Comitê de Política Monetária), a expectativa é de que a Selic será mantida em 7,25% ao ano em 2013 e que a possibilidade de uma nova redução está praticamente descartada, de acordo com a SulAmérica Investimentos. Além disso, o economista-chefe da instituição, Newton Rosa, acredita que uma elevação só deve ocorrer após as eleições presidenciais, na segunda metade de 2014.

Rosa ressalta que o parágrafo 26 da ata, que trata sobre a atividade econômica no período recente, destacando o crescimento menor do que o esperado da economia e a piora no cenário para a inflação no período. A dúvida era qual fator poderia prevalecer nas futuras decisões do Copom, se a atividade – levando a nova queda de juros – ou a inflação – levando à alta.

Com a ata, as decisões ficaram mais claras, considerando a razão para as surpresas negativas com o ritmo de recuperação da atividade até agora a limitações do campo da oferta. Além disso, os impedimentos do lado da oferta não podem, em sua natureza, serem resolvidos pela política monetária. “Esse é um discurso bastante ortodoxo, algo que não era esperado da atual gestão do COPOM, dada as suas decisões desde 2010″, destaca o economista-chefe.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Além disso, o discurso do Copom ressalta que possíveis novas surpresas negativas com a atividade, como o crescimento muito fraco no primeiro semestre do ano, não podem ser respondidas no campo da política monetária. Neste caso, elas seriam interpretadas como questão de oferta agregada. 

A possibilidade de novos cortes de juros está praticamente descartada, avalia Rosa, sendo necessário um choque de demanda. Neste caso, somente uma crise econômica de grandes proporções na China ou nos Estados Unidos ou um aperto fiscal considerável levariam a uma revisão da estratégia.

Especulação sobre nova alta
Desta forma, o mercado deve especular agora sobre quando ocorrerá o primeiro movimento de alta de juros e qual será a intensidade deste novo ciclo. Para o economista, como a ata e o comunicado do Copom mantêm as menções à estratégia de manter os juros constantes por um período “suficientemente prolongado”, a projeção é de que a taxa básica se mantenha em 2013, subindo apenas no próximo ano. 

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.