Se presidente, Temer deverá abdicar à reeleição e formar governo de união nacional, diz Serra

Em entrevista ao Estadão, o experiente senador José Serra avalia como "altamente provável" o processo de impeachment de Dilma e já se posiciona para eventual governo peemedebista

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Um dos nomes que têm ajudado o vice-presidente Michel Temer a construir acordos políticos para o caso de o impeachment de Dilma Rousseff se confirmar, o experiente senador José Serra (PSDB-SP) está convencido que é “altamente provável” o processo se materializar. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o tucano tem defendido que temer batalhe para formar um governo de união e reconstrução nacional. A governabilidade do peemedebista parece estar condicionada a um ponto crucial.

“Pelo lado do Michel, haverá a necessidade do compromisso de ele não disputar a reeleição. Um compromisso que vai se materializar facilmente na medida em que o Senado vote a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) pelo fim da reeleição”, pontuou Serra. Ele também argumenta sobre a necessidade de Temer não influenciar nas eleições municipais e o compromisso que a oposição contribua para o governo que entra, “independentemente dos interesses para 2018”.

“A população jamais entenderá se alguma força política que tenha ajudado a remover a presidente Dilma se furtar a cooperar. As pessoas pedem a mudança para que o País possa ser refeito. A população não está aflita porque eventualmente não gosta do Lula ou da Dilma, mas porque a queda de renda das famílias, o desemprego, a deterioração dos serviços têm exasperado o Brasil de ponta a ponta”. Para ele, as duas áreas críticas hoje são economia e saúde, que devem ser enfrentadas por um governo composto por um ministério “surpreendentemente bom”.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.