Russomanno tem 27% e Covas 22% em disputa pela prefeitura de São Paulo, diz XP/Ipespe

Na véspera do início da propaganda obrigatória no rádio e na TV, dupla divide liderança com mais de 10 pontos de vantagem sobre outros candidatos

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A pouco mais de um mês do primeiro turno, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) e o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) seguem dividindo a liderança na disputa pela prefeitura de São Paulo, mas podem estar mais afastados. É o que mostra a segunda rodada da pesquisa XP/Ipespe para as eleições paulistanas.

Segundo o levantamento, realizado nos dias 5 e 6 de outubro, as intenções de voto em Russomanno oscilaram positivamente 3 pontos percentuais em uma semana, chegando à marca de 27% no cenário estimulado – aquele em que os nomes dos candidatos são apresentados pelo entrevistador em ordem aleatória.

O atual prefeito, por sua vez, aparece com 22% das intenções de voto – 1 p.p. a mais em relação ao levantamento anterior. A diferença entre os dois candidatos, agora de 5 p.p., segue dentro do limite da margem de erro, de 3,5 p.p. para cima ou para baixo. Isso porque, considerando esta margem, Russomanno pode ter de 23,5% a 30,5%, enquanto Covas pode variar de 18,5% a 25,5%.

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Na sequência, aparecem Guilherme Boulos (PSOL), com 10% das intenções de voto – mesma marca do levantamento anterior – e o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), agora com 8% – oscilação negativa de 1 p.p.. Os dois estão tecnicamente empatados.

Também pontuaram Arthur do Val (Patriota) e Jilmar Tatto (PT), que passaram de 2% para 3% cada. Andrea Matarazzo (PSD) oscilou negativamente de 2% para 1%, mesmo patamar dos candidatos Joice Hasselmann (PSL), Levy Fidelix (PRTB), Marina Helou (Rede) e Orlando Silva (PCdoB). Os candidatos Antônio Carlos (PCO), Filipe Sabará (Novo) e Vera Lúcia (PSTU) não pontuaram.

No cenário espontâneo, em que os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, o prefeito Bruno Covas é quem aparece na liderança, com 11% menções. Ele é seguido por Guilherme Boulos, com 7%, e Celso Russomanno (8%). Márcio França aparece com 3%, enquanto Arthur do Val, Jilmar Tatto e Andrea Matarazzo têm 1% cada.

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Os eleitores também foram questionados sobre a possibilidade de votar ou não em cada um dos 14 postulantes à prefeitura da capital paulista. De acordo com o levantamento, o candidato com mais eleitores convictos é Celso Russomanno (25%), enquanto Bruno Covas é o que conta com o maior percentual de potenciais apoiadores (28%). Do lado da rejeição, a liderança fica com Levy Fidelix (59%).

Os entrevistados foram questionados também sobre a avaliação da administração Covas. O grupo que considera a atual gestão ótima ou boa oscilou 2 p.p., de 29% para 31%, e o que a descreve como ruim ou péssima passou de 28% para 27%.

Também há relativa estabilidade na avaliação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As avaliações negativas passaram de 48% para 46%, ao passo que as positivas, de 28% para 26%. No caso do governador João Doria (PSDB), as avaliações negativas foram de 41% para 40%, e as positivas de 20% para 21%.

Normalmente, as eleições para a prefeitura de São Paulo são conhecidas por trazer uma carga de influência do debate nacional maior do que outras disputas. Desta vez, o pleito antecipa uma queda de braço entre Bolsonaro, que nesta semana declarou apoio a Russomanno, e Doria, que tenta ajudar na reeleição de Covas. O governador paulista é visto como provável candidato tucano à presidência em 2022.

A pesquisa XP/Ipespe mostra que os dois estão entre os principais cabos eleitorais da disputa paulistana – embora também tenham potencial para atrapalhar seus candidatos, já que apresentam índices de rejeição na casa de 40%.

Segundo o levantamento, 27% dos entrevistados disseram preferir votar em um adversário de Bolsonaro na disputa paulistana, contra 18% que poderiam escolher um aliado do presidente. A maioria (51%), no entanto, diz que a posição do mandatário não faz diferença.

Quando a pergunta muda para a figura de Doria, 23% dizem preferir votar em um adversário do tucano, ao passo que 13% poderiam escolher um aliado. Para 61%, porém, a posição do tucano é indiferente.

O levantamento também mostra que, de seis nomes citados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece como o principal cabo eleitoral, ao passo que o senador José Serra (PSDB) é considerado o mais tóxico para um postulante à prefeitura de São Paulo.

Segundo turno

A pesquisa XP/Ipespe fez seis simulações de segundo turno. Em eventual disputa entre Russomanno e Covas, o quadro é de empate técnico, com o tucano numericamente à frente, por 39% a 37% das intenções de voto.

O levantamento indica que, se a eleição fosse hoje, Covas derrotaria Guilherme Boulos, por 50% a 21%, e Márcio França, por 43% a 26%. Russomanno também aparece à frente dos mesmos dois candidatos, com placar de 48% a 22% contra o psolista e de 43% a 30% contra o ex-governador. No último cenário testado, França superaria Boulos com 32% das intenções de voto – 10 p.p. a mais que seu adversário.

Horário eleitoral

Esta foi a última rodada da pesquisa antes do início da propaganda obrigatória no rádio e na TV, que começa nesta sexta-feira (9) e vai até 12 de novembro. A fase das propagandas nas mídias tradicionais costuma marcar um momento mais intenso das campanhas e de maior interesse do eleitor pelas disputas.

Neste ano, ela pode desempenhar papel ainda mais importante, tendo em vista os obstáculos impostos pela pandemia do novo coronavírus e o período mais curto de campanha.

O atual prefeito Bruno Covas, candidato à reeleição, terá a maior fatia do horário para propaganda no rádio e na TV: 35%. Na sequência, vêm Márcio França, com 16%, Jilmar Tatto, com 12%, Joice Hasselmann, com 11%, Celso Russomanno, com 9%, e Andrea Matarazzo, com 7%.

A pesquisa XP/Ipespe ouviu 800 eleitores da cidade de São Paulo, entre os dias 5 e 6 de outubro, por meio de entrevistas telefônicas conduzidas por pesquisadores, e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número SP-05159/2020.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.