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SÃO PAULO – Os ânimos com relação à crise na Ucrânia se acentuam cada vez mais, com um desfecho parecendo longe do fim.
A Rússia alertou nesta sexta-feira que Kiev irá enfrentar a Justiça por um “crime sangrento” no leste da Ucrânia, onde forças ucranianas mataram na véspera até cinco rebeldes pró-russos, enquanto Washington ameaçou impor novas sanções a Moscou caso a crise se prolongue.
“Eles (Kiev) estão travando uma guerra contra o seu próprio povo. Esse é um crime sangrento, e aqueles que empurraram o Exército a fazer isso irão pagar, tenho certeza, e irão enfrentar a Justiça”, disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, numa reunião com diplomatas.
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A agência de classificação de risco Standard & Poor’s também fez um lembrete sobre os custos da crise para a Rússia, ao cortar a nota de crédito do país e forçá-lo a elevar a taxa básica de juros para segurar a cotação do rublo.
Lavrov disse que Moscou tem interesse em implementar o acordo selado em Genebra na semana passada entre Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia com o objetivo de atenuar as tensões na Ucrânia e desarmar os grupos ilegais. Mas ele acusou Washington de distorcer o acordo com “exigências tendenciosas”.
O Ministério da Defesa se disse pronto para travar discussões “não tendenciosas e construtivas” com os Estados Unidos para estabilizar a situação.
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O presidente dos EUA, Barack Obama, acusa Moscou de enviar agentes para coordenar as turbulências no leste da Ucrânia, como antes na anexação da Crimeia pela Rússia. Obama criticou o que ele chamou de “maior intromissão” da Rússia no leste da Ucrânia, dizendo a repórteres em Seul na sexta-feira que ele iria falar com “os líderes europeus chave” no final do dia sobre a implementação de sanções mais amplas, no caso da Rússia agravar ainda mais a situação.
“A janela de oportunidade está se fechando”, disse o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, na noite de quinta-feira, citando comentários anteriores de Obama sobre a iminência de novas sanções à Rússia, além daquelas já impostas no mês passado por causa da Crimeia.
Kerry disse que a Rússia está usando de propaganda para esconder suas intenções no leste da Ucrânia – desestabilizar a região e conturbar a eleição presidencial ucraniana de junho.
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Ele também denunciou “movimentos ameaçadores” de soldados na direção da fronteira russo-ucraniana. “Se a Rússia continuar nessa direção, será não só um grave erro, será um erro caro”, disse.
O presidente russo, Vladimir Putin, despreza as sanções impostas até agora, que fazem com que alguns indivíduos enfrentem restrições de viagens e congelamentos de bens no exterior.
Rússia “quer começar Terceira Guerra Mundial”, diz ministro ucraniano
Enquanto isso, o primeiro-ministro ucraniano Arseniy Yatsenyuk afirmou que a Rússia quer começar a Terceira Guerra Mundial ao acusar o país de querer ocupar a Ucrânia “militar e politicamente”.
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Yatsenyuk alertou nesta sexta-feira que as ações da Rússia podem levar a um conflito militar ainda mais amplo na Europa, o que desencaderia uma nova grande guerra.
(Com Reuters)
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