Rio Bravo: pesquisas podem sugerir que muitas candidaturas são inviáveis – mas ainda é cedo demais

É cedo para decretar a inviabilidade das candidaturas de muita densidade político partidária, aponta a gestora

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em relatório de estratégia sobre o mês de abril, a gestora Rio Bravo destacou o cenário eleitoral ainda bastante indefinido, apesar de alguns acontecimentos importantes terem marcado o mês passado, como a prisão do ex-presidente Lula e o encerramento do prazo de filiação partidária. 

A gestora, que tem como sócio-fundador o ex-presidente do Banco do Brasil Gustavo Franco, destaca que o ex-presidente Lula está fora da corrida e também do jogo, pois de dentro da prisão não terá a influência que seus correligionários imaginaram que pudesse ter. “Resta saber o que fará o PT, se terá candidato próprio ou se apoiará Ciro Gomes, como pareceria ser o mais lógico. Prosseguem, portanto, as dúvidas sobre como se apresentará o PT nas próximas eleições”, avaliam. 

Enquanto isso, avalia a Rio Bravo, paradoxalmente, o conjunto de postulantes à posição de candidato de centro parece tornar-se cada vez mais vazio à medida que
se amplia. Vale destacar que, quando a carta de estratégia foi divulgada, o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa não tinha anunciado ainda que não se candidatará à presidência.  

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Enquanto isso, nada mudou quanto ao “calvário” do presidente Michel Temer, mesmo com a filiação de Henrique Meirelles ao MDB, destacam os gestores, ao traçarem um paralelo com o ex-presidente José Sarney. 

“É curioso que Sarney seja lembrado ao afirmar que foi um ‘erro’ não ter um candidato na eleição de 1989 que defendesse o seu legado. Como se o juízo que a História fez do ex-presidente pudesse ser melhor se tivesse havido um ‘candidato
do governo’ naquela ocasião. Michel Temer estaria condenado a ‘repetir o erro’ e exatamente pelas mesmas razões. De forma assemelhada, é muito difícil que Temer consiga ter seu representante na corrida presidencial. Quem se aventura a candidatar-se a partir da ideia de defender o que parece indefensável?”, afirmou a gestora.

Dessa forma, talvez por isso o presidente talvez tenha sido a principal força a incentivar seu ministro da Fazenda a filiar-se ao MDB e deixar o ministério para trabalhar na sua candidatura. Segundo a Rio Bravo, a ambição pessoal de Meirelles serviu a Temer, e talvez leve o ex-ministro a uma “sinuca”. “O desempenho de Meirelles nas pesquisas eleitorais é ruim, considerada a sua exposição, de modo que suas chances em uma corrida ‘solo’ pelo MDB, ainda mais carregando a radiação emanada pelo presidente Temer, parecem muito pequenas”.

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Sendo pouco provável que a candidatura do ex-ministro alce voo, exceto se for
convertida em postulação para a vice-presidência em alguma outra chapa. A lógica estaria em indicar que o parceiro dessa associação seria o PSDB, mas o peso da impopularidade do presidente parece francamente insustentável.

Assim, considerando tudo, a corrida permanece aberta, afirmam os gestores, destacando que o sobressalto é generalizado tendo em vista que o afastamento de Lula dos cenários examinados pelas pesquisas não teve o condão de reduzir o impulso de Jair Bolsonaro nas pesquisas. “O centro moderado possui muitas hipóteses, o que pode significar, provavelmente, nenhuma hipótese”, afirmou.

Assim, demora a tomar corpo o “grid de largada” da corrida presidencial com as
candidaturas centristas exibindo uma presença anêmica nas pesquisas. A dúvida sobre a capacidade do sistema político brasileiro em recrutar lideranças de qualidade parece legítima, e a ansiedade quanto ao resultado, em consequência,
mostra sinais evidentes de crescimento.

“É claro que, daqui para frente, o peso das máquinas partidárias e das alianças regionais será cada vez maior, o que deverá se refletir nas intenções de votos das lideranças dessas coalizões”, afirmam os gestores. Assim, eles avaliam, é cedo, portanto, para decretar a inviabilidade das candidaturas de muita densidade político partidária, como as pesquisas presidenciais desse momento poderiam sugerir. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.