Rio Bravo compara “Brexit” à reeleição de Dilma e diz: “agosto está chegando com muito gosto”

A gestora Rio Bravo traça um paralelo entre o Brexit e o cenário brasileiro, ao afirmar que a "contabilidade dos prejuízos parece comparável apenas à reeleição de Dilma Rousseff"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em relatório de estratégia sobre o mês de junho, a gestora Rio Bravo Investimentos destacou que, enquanto não houve “maiores novidades” no cenário brasileiro, o assunto mais interessante do mês foi o referendo do Reino Unido sobre a participação na União Europeia. “Há tempos a economia internacional não produzia uma peripécia desse calibre”, avaliam os gestores da consultoria.

Os gestores destacam que os prejuízos com o “Brexit” são enormes. A chanceler da Alemanha Angela Merkel foi clara ao afirmar que não há chance de a Inglaterra manter o acesso irrestrito ao mercado comum sem aceitar também a livre circulação de pessoas, ressalta a Rio Bravo. Este é o caso da Noruega, um exemplo frequentemente citado nos últimos dias de um país que não pertence à União Europeia, mas que aceita algumas de suas principais diretrizes, ainda que sem direito a voto. “As perspectivas de um bom acordo de saída, um sonho que andou circulando durante a campanha, parecem muito sombrias”, afirma ele. 

A perspectiva de uma negociação comercial setor a setor é muito ruim, avaliam eles, enquanto os “prejuízos no setor de serviços financeiros, sobretudo em Londres, parecem assustadores, diante de restrições de várias ordens que afetariam pessoas, atividades e localização de certas funções e mesmo de empresas e mercados”. 

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A Rio Bravo traça um paralelo entre o Brexit e o cenário brasileiro, ao afirmar que a “contabilidade dos prejuízos parece comparável apenas à reeleição de Dilma Rousseff”.

E ressalta que, “nesse terreno são interessantes as analogias, a começar pelo fato de que o eleitorado não discutiu os assuntos que efetivamente estavam em jogo, votou iludido com assuntos laterais, produziu uma pequena catástrofe econômica que não se vislumbra como reverter a curto prazo e se arrependeu no dia seguinte”.

A gestora lembra que, no caso do “Brexit”, o primeiro ministro David Cameron já caiu, e já começaram os entendimentos para um novo ministério, quem sabe mesmo uma nova eleição geral, que poderia, inclusive, retirar muito da importância desse voto, pois os mesmos temas seriam trazidos num formato bem mais organizado e politizado. Eles reforçam que será necessária muita engenharia política e um esforço considerável para exibir ao mundo, e particularmente aos colegas europeus, “a confissão e a catarse de um erro”.

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“É uma construção muito complexa, difícil de se vislumbrar por ora, mas a medida da força do país estará em repensar sua disposição acerca da presença estrangeira e reforçar sua veia multicultural. Não há solução à vista, e a única coisa clara é que os ingleses não vão invocar a cláusula de saída da União Europeia antes de ter uma estratégia definida para os passos a seguir “, afirmam eles.

Já aqui no Brasil, eles afirmam que também temos que esperar o tempo certo das soluções políticas e necessário para que a faxina em andamento na vida política possa prosseguir até onde a vista alcança. “Agosto está chegando, desta vez com muito gosto. Uma nota de preocupação vem da associação que facilmente se faz entre o resultado das urnas e questões como a da imigração, cuja importância também é muito grande na eleição americana, onde o voto anti-imigração é em Donald Trump, um personagem que, por boas razões, assusta muita gente”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.