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(Bloomberg) — Mudar a meta fiscal seria um “tiro no pé” do governo do ponto de vista político porque aceleraria a saída do PSDB da base e colocaria o mercado e a equipe econômica contra a administração Temer, dizem analistas políticos e financeiros. Meta não deve entrar na barganha das denúncias contra Temer porque situação política do presidente não teria melhora clara com aumento do déficit, e medida poderia ainda ser interpretada como um ataque à equipe econômica.
Governo está inteiramente comprometido com cumprimento da meta fiscal, disse Fernando Rocha, chefe adjunto do departamento econômico do BC, a jornalistas em Brasília nesta manhã de sexta-feira.
Numa perspectiva econômica, a revisão da meta seria negativa porque sinalizaria que a situação fiscal é urgente e diminuiria a força da equipe econômica dentro do governo, sendo que é ela que mantém a credibilidade do Planalto, dizem analistas.
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A possibilidade de revisão, no entanto, está no horizonte e governo não pode sofrer reveses na propostas de contingenciamento e aumento de arrecadação se quiser fechar o ano longe da mesma política de aumento da meta que condenou o governo Dilma.
Veja comentários:
Ricardo Mendes Ribeiro, analista político da MCM Consultores
Governo não tem condições de desprestigiar a área econômica, então a revisão da meta só vai acontecer se a equipe achar inevitável; Rafael Cortez, analista político da Tendências Consultoria Thiago Vidal, analista político da Prospectiva
“Do ponto de vista político, poderia até parecer interessante, mas tiraria a credibilidade do governo e não resolveria o problema”; Rafael Bistafa, economista na Rosenberg Associados
Reforma da Previdência foi, no mínimo, adiada, o que faz com que as atenções do mercado se voltem ainda mais para a meta fiscal; Esta matéria foi publicada em tempo realapara assinantes do serviço BloombergaProfessional.
Parte da tranquilidade para enfrentar as denúncias decorre de que a crise política não afetou significativamente as variáveis financeiras
Antes, vão “raspar o tacho das receitas extraordinárias”; aumento do contingenciamento foi uma dessas medidas que visam evitar a mudança da meta;
“Congresso não ficaria descontente se houvesse mais espaço para aumento de gastos, mas, sem apoio da área econômica, haveria um risco de perder algum membro importante da equipe”.
A transição suave da política econômica dentro dessa turbulência política só aconteceu por causa da equipe econômica e preservá-la é importante; equipe é a frente mais importante do governo;
Dilema da meta pode entrar nas negociações para manter apoio ao presidente, será mais um elemento barganhado pelos parlamentares
Para eles, manter a meta como está significa limitar o que podem gastar com o que já estava em pauta;
Serão duas pontas em disputa: “ou o governo perde a equipe econômica ou perde a oportunidade de agradar ao Congresso”.
Tendência é que o centrão continue a apoiar o Temer e isso não está condicionado à meta, que é uma moeda muito cara para entrar na barganha das denúncias;
“Mudar a meta para manter a parte da base aliada que sobrevive de investimento do governo não vale a pena”;
Fazenda prefere revisar gastos e aumentar impostos do que aumentá-la.
Qualquer alteração nessa perspectiva preocupa o mercado, que prefere um governo com medidas impopulares do que um que repita a leniência dos últimos anos, quando ninguém acreditava de verdade na meta fiscal;
Mudar a meta seria ruim não somente diante do mercado como também para fins legais;
TCU está em cima, pedaladas fiscais foram um dos principais fatores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff ;
“Risco de precisar mexer na meta está alto e próximo, governo não pode mais perder nenhuma disputa porque não vai ter tempo de arrumar o dinheiro que precisa”.
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