Réu em 5 processos, líder em 4 pesquisas: o que explica a ascensão de Lula para a eleição de 2018?

O nome do ex-presidente ganha forças para a eleição presidencial - mas isso não é o mais importante, diz a Eurasia 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Quatro pesquisas eleitorais para 2018 (Ibope, Datafolha, Vox Populi e Data Poder 360) nas últimas três semanas mostraram: apesar de estar bastante implicado na Operação Lava Jato, ser réu em cinco processos (sendo 3 na Lava Jato, 1 na Zelotes e um na Janus) e ser bastante citado na “delação do fim do mundo” da Odebrecht, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tem poder de fogo e de mobilização. Nessas quatro pesquisas, o petista está na liderança, o que intriga muitos analistas que acreditavam que ele seria afetado pelas diversas denúncias de corrupção contra ele. Desta forma, o que apontam as pesquisas que mostram Lula na liderança e, mais do que isso, ganhando forças? 

De acordo com relatório da consultoria de risco político Eurasia Group, a questão mais importante não foi essa, mas sim a descoberta de que “a raiva contra os políticos está no ponto mais alto”. A LCA Consultores também ressalta que o  momento atual marcado por forte desgaste da classe política. 

Já o crescimento relativo de Lula se dá em função de duas tendências, aponta a Eurasia: a Lava Jato se espalhando para PMDB, PSDB e mais um amplo espectro de políticos e a oposição de Lula às impopulares reformas da previdência e trabalhista. Nas simulações de segundo turno, Lula perderia apenas para Marina Silva e o juiz Sergio Moro. Porém, ele é o candidato com maior rejeição entre o eleitorado, aponta a Eurasia. “As intenções de voto em Lula parecem boas, mas os números de rejeição são altos”. 

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Além disso, a LCA Consultores aponta que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é o preferido pelo eleitor mais conservador e daquele contingente da população que condena a classe política por causa da Lava Jato.

E, neste cenário com os eleitores “muito bravos com os políticos tradicionais”, a Eurasia espera que o prefeito de São Paulo, João Doria, seja o candidato do PSDB em 2018; se isso acontecer, Bolsonaro teria menos espaço para concorrer. 

Outros partidos poderiam também ter candidatos que podem fazer campanha como sendo anti-establishment, como um ex-juiz ou alguém do setor privado. Assim, os analistas políticos da Eurasia apontam: as chances de Lula vencer em 2018 são muito baixas, mesmo que ele concorra. Além disso, há altas probabilidades de ele ser desclassificado devido a suas dificuldades legais.  

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Já segundo a LCA, o percentual de 30% de Lula era o que ele obtinha até 2002, quando mudou sua imagem e discurso para atrair o eleitorado mais de centro que não votava no PT. “Seu esforço para mobilizar o PT após o impeachment de Dilma o qualifica como o principal candidato da esquerda”.  Assim, seu nome segue com força na esquerda – mas deve sofrer dificuldades em meio à forte rejeição. 

(Com Bloomberg)  

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.