Reforma da previdência, possível fim da Justiça do Trabalho: os destaques da 1ª entrevista de Bolsonaro como presidente

Presidente afirmou que pretende aproveitar parte do texto da reforma da Previdência do antigo governo, que já está pronta para votação na Câmara

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (3), em entrevista ao SBT, que pretende aproveitar parte do texto da reforma da Previdência do antigo governo, que já está pronta para votação na Câmara. Segundo ele, no entanto, a atual gestão vai “rever alguma coisa”. Ele ressaltou que quer construir um texto viável e destacou que pretende aprovar uma idade mínima (para aposentadorias) de 62 anos para homens e 57 anos para mulheres, com um período de transição.

“O que pretendemos fazer é botar num plano da reforma da Previdência um corte até o fim de 2022. Aí seria aumentar para 62 (anos) para homens e 57 (anos) para mulheres. Mas não de uma vez só. Um ano a partir da promulgação e outro a partir de 2022”, disse.

Ele afirmou que caberia ao futuro presidente reavaliar a situação e analisar um possível novo aumento da idade mínima.

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Bolsonaro afirmou ainda que, como há diferenças na expectativa de vida da população, a ideia é que haja diferenciação de idade para diferentes profissões. “Sessenta e cinco anos fica um pouco forte para algumas profissões. Tem que levar em conta isso daí. Haverá diferença para facilitar aprovação e para não fazer injustiça”, disse.

A reforma já aprovada em comissão especial e que está no Congresso estipulou como idade mínima 65 anos (homens) e 63 anos (mulheres), mas depois de uma transição de 20 anos.

Alíquota da previdência inalterada

Bolsonaro afirmou que não pretende aumentar a alíquota previdenciária para servidores públicos. Ele disse não concordar com a alta, realizada por alguns Estados, da alíquota para o funcionalismo estadual de 11% para 14%. Segundo ele, esse desconto seria excessivo, uma vez que já há, sobre os salários, o abatimento do Imposto de Renda.

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“Você já tem alíquota de IR altíssima que não é corrigida ano após ano. Acho injusta essa questão: 11% é suficiente, mais os 27,5% do IR”, disse.

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Ele ainda reafirmou que a criação de uma CPMF está descartada e que o imposto único pregado por sua equipe econômica seria bem-vindo, mas como um plano de longo prazo.

“Não teremos volta da CPMF. Queremos fusão de impostos e simplificações. Esse imposto único seria entre aspas até bem-vindo. Mas no meu ver é uma coisa de longo prazo”, disse.

Justiça do Trabalho

Ele ainda sinalizou que pode vir a discutir o fim da Justiça do Trabalho e disse também que quer aprofundar a reforma da legislação trabalhista.

Bolsonaro usou exemplos do exterior e disse que os processos trabalhistas têm de tramitar na Justiça comum. Para o presidente, há um “excesso de proteção” aos trabalhadores.

Questionado sobre a possibilidade de o governo dele encapar o fim da Justiça do Trabalho, Bolsonaro respondeu: “Poderia fazer, está sendo estudado. Em havendo clima, poderíamos discutir e até fazer uma proposta”.

O presidente repetiu também que a ideia dele é aprofundar a reforma trabalhista, “sem tirar direito de ninguém”. “Empregado ganha pouco, mas a mão de obra é cara. É pouco pra quem recebe e muito pra quem paga, tem que mudar isso aí”, comentou.

Bolsonaro repetiu e adaptou ainda uma das frases mais usadas por ele na campanha. “Eu dizia que é difícil ser patrão no Brasil. Mais difícil é estar desempregado no Brasil”, brincou.

Cirurgia

Ele ainda confirmou a retirada da bolsa de colostomia no dia 28 de janeiro. A cirurgia estava marcada para 19 de janeiro, mas foi adiada em virtude da participação do presidente no Fórum Econômico Mundial de Davos, de 22 a 25 de janeiro. Segundo Bolsonaro, sua participação foi um pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Eu pedi para adiar em uma semana [a cirurgia], o médico gostou. Porque quanto mais tarde, melhor. Pretendo ir à Suíça, Davos, a pedido do Paulo Guedes. Vai ser minha estreia fora do Brasil”.

No período em estiver em Davos, a Presidência será ocupada pelo vice Hamilton Mourão, e Bolsonaro não economizou elogios à competência ao general. Afirmou que a política do seu governo continuará a mesma em sua ausência e não haverá nenhuma “aventura”.

“O general Mourão é uma pessoa competente, disciplinada. Ele vai conduzir a nossa política, não haverá nenhuma aventura nesse momento, pode ter certeza”, disse Bolsonaro em entrevista ao SBT.

(Com Agência Estado e Agência Brasil)

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