Referendo na Irlanda pode trazer novo foco de instabilidade na crise do Euro

País pode sofrer nova desaceleração, com agravamento da crise no continente, destaca Daniel Cunha, da XP Investimentos

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Um referendo na Irlanda deverá decidir a adesão do país ao pacto fiscal da Zona do Euro na próxima quinta-feira (31). O país foi um dos primeiros a sofrer com a crise do crédito soberano e pode necessitar de novos resgates por parte do FMI (Fundo Monetário Internacional) e UE (União Europeia).

Na opinião da equipe de análise da XP Investimentos, caso a votação termine com uma  rejeição do pacto, isso pode trazer um novo foco de instabilidade na crise – atualmente focada em Grécia e Espanha.

Embora pesquisas de intenção de voto indiquem que os desejosos por aderir ao pacto fiscal sejam maioria, o país tem histórico de rejeitar tratados em referendos, assim como não aceitou o Tratado de Lisboa em 2008 e o de Niece em 2001 – embora tenham sido aceitos posteriormente . O “sim” é a preferência de 45% dos eleitores, enquanto os que rejeitam somam 30%. Portanto, um quarto do eleitorado ainda está indeciso. 

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“Se o resultado for não, não será o fim do mundo. Ainda existe tempo de recuperar este resultado até março de 2013”, afirma Daniel Cunha, membro da equipe de análise da XP Investimentos. Ele destaca que a rejeição do pacto impossibilita o país a acessar o ESM (European Stability Mechanism)m que deverá expirar em 2013. 

Situação é ruim para a Irlanda
No momento, a situação da economia irlandesa não é a das melhores. Após algum período de recessão, a previsão é que o país crescesse 0,5% em 2012 e 2% em 2013 – mas a desaceleração dos seus principais parceiros econômicos, a Zona do Euro, pode atrapalhar o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) irlandês. As exportações representam 100% de toda a atividade econômica. 

“Se perder acesso aos pacotes de resgate, seria quase impossível a Irlanda conseguir se capitalizar a mercado mesmo com linhas curtas”, destaca Cunha. Isso ocorre pela elevação do prêmio pago para investidores por papéis da dívida irlandeses, que passaram de 5% para 7,1% no caso dos títulos de cinco anos. Enda Kenny, primeiro-ministro irlandês, afirma que esses números deverão subir ainda mais se o pacto for rejeitado.

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