Rede de corrupção de R$ 1 bilhão envolve empreiteras, JBS, revela Veja

Somente a Delta, maior cliente do empresário paulista Adir Assad, teria repassado R$ 440 milhões a esquema de propina a políticos e funcionários públicos entre 2006 e 2013

Paula Barra

(Divulgação JBS Friboi)

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SÃO PAULO – A revista Veja desta semana traz uma reportagem de sete páginas na qual desvenda uma bilionária rede fantasma do empresário paulista Adir Assad, que recebeu R$ 1 bilhão de 134 empresas entre 2006 e 2013. Além de empreiteiras, estão na lista bancos, usinas de energia, empresas de logística, incorporadoras e de concessões. 

Delta, Andrade Gutierrez e Galvão são apontados como os maiores clientes. Os repasses às empresas-fantasmas de Assad chegaram a R$ 440 milhões, R$ 112 milhões e R$ 62 milhões, respectivamente. Também aparecem a construtora Triunfo e a companhia de capital aberto na BM&FBovespa, JBS (JBSS3), indicada como a “queridinha” do governo Lula, que teriam pago R$ 51 milhões e R$ 1 milhão, nesta ordem. Segundo a reportagem, Assad ficaria com 10% dessa arrecadação. O restante era dividido entre pagamento de propina a servidores públicos, caixa dois eleitoral de partidos políticos e despesas correntes de políticos amigos. Em 2006, as firmas de Assad faturaram R$ 660,8 milhões. Em 2010, ano de eleições gerais, R$ 379 milhões. Apesar do alto faturamento, as empresas de Assad, localizadas na periferia da Grande São Paulo, não têm sequer funcionários registrados, máquinas específicas para realizar os serviços contratados, como mostra a Veja. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. 

Em outubro, ficaram prontos os primeiros laudos contábeis do inquérito da Delta. Segundo um dos investigadores disseram à Veja, o caso pode respingar em muita gente poderosa – e pode mesmo. No auge da CPI do Cachoeira, senadores do PT lembraram, numa reunião fechada, que Assad tinha “ramificações” no partido em São Paulo. Ou seja, investigá-lo agora seria dar um “tiro no pé”. O próprio Fernando Cavendish, da Delta – maior cliente de Assad -, durante as investigações do caso do empresário Carlos Cachoeira, que deu origem às suspeitas contra a Delta, foi flagrado em uma conversa afirmando que o pagamento de propina de políticos garantia crescimento do negócio. 

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De acordo com a reportagem, os clientes que mais pagaram a Assad não quiseram comentar o caso. Já o empresário negou que suas empresas sejam de fachada para ocultar um esquema de distribuição de propina e falou que as empresas prestaram os serviços contratados e que se localizam fora da capital para pagar menos impostos.

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