Rali eleitoral 2: Bolsa sobe após nova pesquisa, mas será que continuará assim?

Apesar dos novos dados, o mercado segue em dúvida se isso seria suficiente para que uma nova série de altas se iniciasse na bolsa, com as estatais voltando ao centro das atenções

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou, nesta terça-feira (29), uma sequência de duas quedas, em mais um dia de otimismo puxado pela corrida eleitoral brasileira. A notícia de que a presidente Dilma Rousseff viu sua avaliação positiva cair de 36,4% para 32,9% e suas intenções de voto acompanharem o movimento, com perdas de 6,7 pontos percentuais (a 37%), voltou a animar os investidores, que rejeitam medidas que julgam excessivamente intervencionistas na economia nacional e veem na mudança de liderança uma alternativa viável para o País.

O episódio atual faz com que o mercado torne a lembrar do rali eleitoral iniciado no dia 17 de março, quando os primeiros rumores de uma pesquisa eleitoral surgiram. Na época, em apenas dois dias Banco do Brasil (BBAS3), Eletrobras (ELET3; ELET6) e Petrobras (PETR3; PETR4) registraram ganhos entre 5,8% e 7,8%, enquanto o Ibovespa avançou 3,2%. Desde então, o principal índice da Bolsa e os papéis dessas estatais subiram com força. “Estamos na fase de eleitoral da bolsa. A cada pesquisa, o mercado começa a operar. Neste cenário, as estatais naturalmente começam a se destacar”, observa o analista-chefe da SLW, Pedro Galdi.

O estudo apresentado nesta manhã foi o sexto em sete semanas, período em que o Ibovespa registrou alta de 13,89%, saltando de 45.117 pontos no dia 17 de março para 51.383 na última sessão. No máximo do período, o índice chegou a 52.155 pontos, no dia 7 de abril, o que representa um ganho de 15,60% desde o início do rali.

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Apesar dos novos dados, o mercado segue em dúvida se isso seria suficiente para que um novo rali se iniciasse na Bovespa. Para o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, é possível esperar novas altas, mas não com as métricas passadas. “[A bolsa] não deve subir como subiu em março. É lógico que a pesquisa pode ajudar um pouco no curto prazo, mas não vai ter esse impacto. Teve uma melhora na chance da oposição, mas ainda falta muito”, observa.

Galdi, da SLW, concorda e complementa dizendo que não são apenas as pesquisas eleitorais que ditam o comportamento das ações na bolsa. Mesmo com o noticiário corporativo, assim como indicadores macroeconômicos, assumindo segundo plano em dias de divulgações de novas triagens sobre a corrida dos candidatos, o humor dos investidores já se mostrou complexo demais e regido por inúmeros fatores.

Outro fator que pode indicar que desta vez não deve haver rali eleitoral é o próprio comportamento do Ibovespa visto nesta terça-feira. Ao contrário das outras vezes, quando o benchmark abriu próximo da mínima do dia e fechou perto da máxima, nesta sessão, ele perdeu forças nos instantes finais e fechou com ganhos de 0,8%, bem mais modestos que os ganhos de 2% da máxima do intraday. Isso pode indicar uma perda de forças das atuais pesquisas em injetar novos ânimos na bolsa.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.