Queremos mostrar a Lava Jato de outro ponto de vista, diz diretor de filme sobre a Operação da PF

Em coletiva de imprensa, diretor compara longa com vencedor do Oscar e diz que quer estimular o "debate saudável" sobre a política

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Como o próprio nome do filme diz, “Polícia Federal – A Lei é para Todos” não tem exatamente um protagonista, mas sim um grupo que faz parte da mesma instituição, a Polícia Federal. E segundo o diretor do longa, Marcelo Antunez, para conseguir trabalhar desta forma olhou para outras obras recentes de Hollywood.

“Acho que Spotlight é um filme que conversa muito com o nosso. Não só por ser uma história real, mas por não ter um protagonista único e sim um grupo de pessoas”, disse Antunez em coletiva de imprensa para divulgar o filme nesta quarta-feira (30), em São Paulo. Para ele, “A Grande Aposta” é outra produção que tem muitas características parecidas com o longa brasileiro.

O diretor conta que seu filme tem como objetivo estimular o “debate saudável”, fugindo da polarização que temos visto nas ruas do País e na internet. Além disso, ao fazer o filme, Antunez diz que queria mostrar a história da Operação Lava Jato por outro ponto de vista. “Hoje temos sempre o pós-fato, com a imprensa mostrando o que aconteceu, mas a gente queria ir atrás dos bastidores, contar o que aconteceu antes da operação”, explica.

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E para conseguir realizar esta tarefa, toda a produção do filme, incluindo os atores, foram para Curitiba conhecer como é o trabalho da PF local, responsável pela Lava Jato. Flávia Alessandra, que interpreta Beatriz, uma das principais delegadas do filme, diz que conhecer os responsáveis pela operação foi muito importante para moldar seu personagem.

Por falar nos personagens, Antunez explicou um ponto que está sendo bastante polêmico do filme, o fato dos investigados terem seus nomes reais no filme, enquanto os delegados e procuradores (com exceção de Sérgio Moro) terem nomes fictícios. Segundo ele, isso se deve ao fato de que estes personagens serem baseados em diferentes pessoas: “cada fase da Lava Jato tem um delegado responsável diferente, então não quisemos usar o nome de um deles”, afirma.

Na coletiva, tanto o diretor quanto o elenco do filme afirmou que o longa evita transformar os delegados e procuradores em herois. “Eles [delegados] têm muitas dúvidas sobre a forma que a operação tem que se conduzida, eles também erram, mas uma coisa que eu percebi é que todos eles têm um grande senso de ética”, afirmou Antonio Calloni.

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Vale destacar que o filme conta com uma cena pós-créditos, que já prepara terreno para uma continuação. Sem dar muitos detalhes, o diretor explicou que é natural que o protagonismo dos procuradores do Ministério Público seja maior daqui para a frente. “Tudo começou com a PF atrás de doleiros, e conforme as denúncias começam a atingir os políticos o MPF passa a ter maior atuação, e deve ser assim no segundo filme”, conclui.

“Polícia Federal – A Lei é para Todos” estreia em todo o Brasil no dia 7 de setembro.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.