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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender, nesta quarta-feira (11), a medida proposta pelo governo para compensar a isenção do Imposto de Renda (IR) para rendas de até R$ 5 mil.
Ele criticou o fato de que, atualmente, brasileiros com renda anual superior a R$ 1 milhão pagam, em média, apenas 2,5% de alíquota efetiva de IR. “Tem alguma coisa errada com o Brasil. Tem alguma coisa muito errada com esse país”, afirmou, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

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“Estamos falando de um valor que supera políticas sociais inteiras”, ressaltou o ministro durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados

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O ministro explicou que o objetivo é aplicar um imposto mínimo de 10% apenas sobre quem não atinge essa alíquota na prática. “Se você ganha 1 milhão e paga 5%, você só tem que pagar mais 5%. Se você paga 8%, só paga mais 2%. Se você paga 11%, você não é afetado”, detalhou.
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De acordo com Haddad, a arrecadação obtida com essa mudança será usada para beneficiar cerca de 15 milhões de brasileiros. “Dez milhões que ganham até R$ 5 mil e cinco milhões que ganham de R$ 5 mil a R$ 7 mil”, disse.
O ministro também reiterou que a proposta cumpre promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que foi elaborada com base em estudos da equipe econômica ao longo de um ano. “Nós mandamos uma lei que cumpre uma promessa de campanha que não era só do presidente Lula, já estava presente em 2018”, afirmou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse no passado que o maior desafio para o avanço do projeto que amplia a faixa de isenção do IR será encontrar uma “compensação justa” a fim de não prejudicar o país.
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Analistas avaliam que a isenção deverá passar no Congresso, mas há dúvidas quanto à aprovação do imposto mínimo de 10%.