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A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (8) um mandado de busca e apreensão contra o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações em municípios do Ceará.
A operação foi autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas ligadas aos investigados.
Ao todo, foram expedidos 15 mandados de busca, cumpridos em Brasília (DF) e nas cidades cearenses de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. Segundo a PF, a investigação apura crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, captação ilícita de sufrágio e falsidade ideológica com fins eleitorais.
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O inquérito iniciou após denúncia da Prefeitura de Canindé (CE), que apontou indícios de um suposto esquema para desviar recursos provenientes de emendas parlamentares. Júnior Mano teria atuado em conluio com um prefeito da região para intermediar repasses e cobrar comissões. O caso foi remetido ao STF após o deputado ser citado, por ter foro privilegiado.
Quem é Júnior Mano
Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, o Júnior Mano, foi eleito deputado federal em 2022 pelo PL, com 216.531 votos — a segunda maior votação no estado, atrás apenas de André Fernandes (PL).
Em 2024, ele foi expulso do partido por apoiar a candidatura de Evandro Leitão (PT) à prefeitura de Fortaleza, rival direto de Fernandes.
O deputado organizou um ato de apoio a Leitão que, segundo ele, reuniu 41 prefeitos cearenses, o que aprofundou o racha com a legenda de Bolsonaro. Desde então, filiou-se ao PSB.
Além das buscas e do bloqueio de bens, Gilmar Mendes autorizou o acesso aos dados dos celulares apreendidos e o compartilhamento das provas com a Controladoria-Geral da União (CGU). O ministro também determinou a abertura de uma nova investigação para aprofundar a apuração sobre outros agentes públicos com foro privilegiado que possam estar envolvidos no esquema. A investigação segue sob sigilo.

