Queda de Dilma nas pesquisas diminui pessimismo em relação à moeda no Brasil

Na gestão de Dilma, a maior economia da América Latina se expandiu no ritmo mais lento desde que o presidente Fernando Collor deixou o cargo, em 1992

Bloomberg

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(Bloomberg) — À medida que a presidente Dilma Rousseff cai nas pesquisas eleitorais, os economistas se tornam menos pessimistas em relação à perspectiva para a moeda brasileira.

Ao longo de julho, a mediana de projeções para o valor do real no fim do ano subiu de 2,40 para 2,35 por dólar, segundo dados compilados pela Bloomberg. Apesar de esse valor ainda representar uma queda em relação aos 2,2577 da semana passada, a melhora no sentimento coincide com pesquisas que mostram a redução da liderança de Dilma antes da eleição de outubro em um momento em que a inflação se torna mais rápida e o crescimento econômico, mais lento.

Na gestão de Dilma, a maior economia da América Latina se expandiu no ritmo mais lento desde que o presidente Fernando Collor deixou o cargo, em 1992. A Nomura Holdings Inc. estima uma chance de 70 por cento de vitória da oposição, mais que os 60 por cento registrados em 11 de junho, e o Bank of America Corp. prevê que o real estenderá os aumentos se houver uma mudança na administração.

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“Se o mercado atribuir uma probabilidade mais alta de a Dilma perder, isso será bom para o real”, disse Ezequiel Aguirre, estrategista do Bank of America em Nova York, por telefone.

O real subiu 4,6 por cento neste ano, liderando os ganhos entre as 16 moedas mais negociadas monitoradas pela Bloomberg, depois que o Banco Central interveio no mercado para sustentar a taxa de câmbio.

Os ganhos contrastam com dados que mostram uma recessão econômica, incluindo um relatório de 1º de agosto que informa que a produção industrial do Brasil caiu pelo quarto mês seguido em junho, registrando um declínio de 1,4 por cento. Revisões mostraram que a atividade se contraiu 0,8 por cento em maio, mais que o reportado originalmente.

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Consumo familiar
O produto interno bruto expandiu-se 0,2 por cento no primeiro trimestre, metade do ritmo dos três meses anteriores, porque o consumo familiar encolheu.

A liderança de Dilma em relação ao candidato Aécio Neves em um possível segundo turno da eleição presidencial de outubro caiu para oito pontos porcentuais em 22 de julho, contra 13 pontos porcentuais em junho, segundo pesquisas do Ibope publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo. A pesquisa mais recente, na qual foram ouvidas 2.002 pessoas, teve uma margem de erro de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Uma pesquisa da Sensus divulgada em 18 de julho mostrou os candidatos empatados no segundo turno.

“A história vem mudando”, disse Benoit Anne, chefe de estratégia de mercados emergentes da Société Générale SA em Londres, por telefone. “A eleição está mais apertada e isso está introduzindo uma variável diferente que não havíamos previsto”.

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Um assessor de imprensa da campanha de Dilma preferiu não comentar as projeções que mostram os economistas menos pessimistas em relação ao real após as recentes pesquisas eleitorais.

“É preciso ver se a intervenção direta no real continuaria com uma nova administração”, disse Alejandro Cuadrado, estrategista-chefe de câmbio para a América Latina do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria SA em Nova York, por telefone.

Se a oposição ganhar a eleição, o real inicialmente se fortalecerá, escreveram estrategistas do Citigroup Inc. em uma nota a clientes, em 30 de julho.

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“A confiança empresarial e as expectativas de uma melhora nos dados macroeconômicos e na política fiscal aumentariam e justificariam uma moeda mais forte”, disseram eles.

O real tem potencial para subir para 2,2 por dólar se Dilma não mantiver o cargo, segundo Christian Lawrence, estrategista cambial do Rabobank.

“Nosso modelo de referência é que Aécio Neves vencerá e que vemos entradas de capitais provenientes dos mercados internacionais no Brasil”, disse Lawrence, em entrevista por telefone, de Nova York. “Não esperamos entradas de capitais em caso de vitória de Dilma Rousseff”.

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