Queda da pressão política sobre a Vale é positiva para as ações, diz HSBC

Analista vê mudança de retórica após troca no comando da mineradora; múltiplos atuais mostram-se atrativos

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SÃO PAULO – Após a troca no comando da Vale (VALE3,VALE5) muitos investidores se perguntam qual será o preço da ingerência política do Governo junto à mineradora. Para o HSBC, a opinião é de que, embora ainda exista um alto risco político embutido na companhia, o cenário atual mostra-se mais favorável, sobretudo por conta dos patamares atuais de ação da companhia.

“Apesar de continuarmos a crer que ainda há um nível elevado de risco político na Vale, acreditamos que a retórica mais controlada é positiva para o preço das ações da empresa, que ficou abaixo do de seus pares recentemente”, comenta o analista Jonathan Brandt, destacando que os múltiplos atuais mostram-se atrativos não só em comparação ao resto do setor como também ao histórico da Vale.

Aliado aos preços mais atrativos, o analista também ressalta que ele revisou para cima suas projeções para o minério de ferro, cobre e níquel, commodities metálicas com importante participação nos resultados da Vale e que deverão ter um impacto bastante positivo nos resultados futuros da empresa. “Acreditamos que os investidores agora vão voltar a focar em fundamentos, os quais afirmamos que continuam muito fortes”, ressalta Brandt.

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Por conta desses fatores, o analista mantém a companhia como seu principal recomendação dentre as empresas de metais e mineração da América Latina, ao lado da CSN (CSNA3). O preço-alvo da ação VALE3 estimado para o final do ano, no entanto, foi revisado de R$ 67 para R$ 64, o que indica um upside de 22,51% em relação ao fechamento da última segunda-feira (25).

Royalties deixados de lado?
Para ele, já são visíveis os sinais de que o apetite do Governo sobre a empresa arrefeceu após a saída de Roger Agnelli, o que pode ser observado especialmente na questão da cobrança de royalties.

“No dia 8 de abril, o porta-voz do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) disse que o presidente do DNPM se afastaria para assumir um novo cargo no Departamento de Comércio e Indústria” lembra Brandt, o que resultará na volta do litígio acerca dos royalties para o patamar inicial.

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Retórica do Governo é outra
Além disso, a postura do ministro Guido Mantega também é outra desde a saída de Agnelli. Antes da troca do executivo, Mantega defendia seu vice, Nelson Barbosa, para ser o presidente do conselho da Vale, como representante da fatia do Governo na empresa, através de Previ e BNDESPar. No entanto, agora o ministro contentou-se apenas com uma cadeira no conselho para Barbosa.

“É interessante notar a retórica do Governo antes de Roger Agnelli ser substituído e após o fato”, afirma Brandt, que vê como difícil a possibilidade da Vale investir ainda mais do que já investiu nos últimos anos, “mais de 40% do investimento de BHP Biliton, Rio Tinto, Anglo American e Xstrata juntas”, finaliza.

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