PT tinha plano perfeito para se perpetuar no poder, diz Gilmar Mendes

"Eles têm dinheiro para disputar eleições até 2038", afirmou o ministro do STF, destacando que o partido foi atrapalhado pela Operação Lava Jato

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em São Paulo para participar do seminário da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou que o PT tinha um plano perfeito para se perpertuar no poder, mas foi atrapalhado pela Operação Lava Jato. As informações são da Folha de S. Paulo.

“O plano era perfeito, mas faltou combinar com os russos”, afirmou. “Eles têm dinheiro para disputar eleições até 2038.” O ministro do STF disse que o dinheiro desviado da Petrobras tinha como destino campanhas eleitorais e, combinado com o final do financiamento privado de campanha, que é uma antiga bandeira do partido, o PT seria a sigla com mais recursos em caixa.

Desta forma, ele usou o argumento da última quarta-feira (16) no STF contra o fim do financiamento privado de campanha. “O partido consegue captar recursos na faixa dos bilhões de reais por contratos com a Petrobras e passa a ser o defensor do fim do financiamento privado de campanha. Eu fico emocionado, me toca o coração”. Gilmar Mendes foi derrotado e o STF declarou que o financiamento privado é inconstitucional por 8 votos a 3. 

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Ele ainda voltou a criticar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), chamando-a de “órgão sindical de advogados” e que perdeu a relevância nas últimas décadas. 

Ontem, a OAB lamentou em nota a postura “grosseira, arbitrária e incorreta” de Mendes, que abandonou a parte final da sessão de quarta, após se desentender com o presidente da Corte, Ricardo Lewandowski. Para o conselho, o comportamento do ministro é incompatível com postura de um magistrado. “Repudia o Colégio de Presidentes os ataques grosseiros e gratuitos, desprovidos de qualquer prova, evidencia ou base factual, que o ministro Gilmar Mendes fez à Ordem dos Advogados em seu voto sobre o investimento empresarial em campanhas eleitorais, voto-vista levado ao plenário somente um ano e meio depois do pedido de maior tempo para análise”, diz a nota.

A ordem também afirmou que a entidade nunca se calou e “não será sequer tisnada [atingida] pela ação de um magistrado que não se fez digno de seu ofício”. “Enfatizamos que o ato de desrespeito às prerrogativas profissionais do advogado foi também um ato de agressão à cidadania brasileira e merece a mais dura e veemente condenação. O ato de abandono do plenário, por grotesco e deselegante, esse se revelou mais um espasmo autoritário de juízes que simbolizam um Poder Judiciário desconectado da democracia, perfil que nossa população, definitivamente, não tolera mais”, completou o colégio.

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Ontem, o presidente do PT, Rui Falcão, informou que o partido estuda medidas judiciais contra o ministro. Em nota, Falcão disse que o ministro faltou com a verdade ao atribuir ao partido a liderança de um conluio para que a proibição prevaleça. Segundo o presidente, a posição do partido contra o financiamento privado é uma bandeira histórica do PT e demais entidades democráticas.

“Infelizmente, esses destemperos anti-PT têm se tornado usuais nas falas do ministro, tanto nas sessões do STF quanto nas entrevistas que costuma ofertar aos mais diversos meios de comunicação. Gilmar Mendes falta com a verdade quando atribui ao PT oportunismo na decisão condenar o financiamento empresarial”, disse Falcão.

(Com Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.