PT não pode abrir mão de Lula e deve lutar por sua candidatura “até o último minuto”, afirma Dilma

Ex-presidente afirma que foi vítima de golpe e que ausência de uma força conservadora de centro favorece ascensão de figuras como Jair Bolsonaro

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Esperançosa das chances de Luiz Inácio Lula da Silva ganhar as eleições do ano que vem, Dilma Rousseff afirmou em debate realizado na última terça-feira (14) na Universidade Livre de Berlim que o PT não pode abrir mão da candidatura do ex-presidente e deve “lutar até o último minuto para que ele possa ser candidato”.

“O que eles precisam é que Lula seja condenado em junho e que permaneça condenado até novembro. Depois, pode até ser inocentado, desde que esteja fora das eleições”, afirmou Dilma, que reforçou novamente que foi vítima de um “golpe judicial-parlamentar”, fazendo referência ao processo de impeachment que sofreu no ano passado: “conheci duas formas de golpe. Primeiro, o imposto pela ditadura militar, quando não havia liberdade de expressão nem de imprensa, mas sim prisões, tortura, assassinatos e exílio (…) agora temos outra forma de golpe que já não precisa do Exército para destituir políticos legitimamente eleitos. São golpes classificados como políticos, parlamentares-judiciais, que não foram dirigidos a mim como pessoa, mas contra  a nação e o povo brasileiros, contra os mais pobres”, disse.

Sobre os possíveis adversários de Lula, Dilma não poupou críticas aos tucanos, que, segundo ela, são os adversários históricos dos petistas: “o PSDB era o partido da modernização conservadora. Eles tinham um programa. E depois passaram a ser aliados do que há de pior, os símbolos da corrupção”, afirmou a ex-presidente. Segundo ela, a ausência de uma força conservadora de centro favorece a ascensão da direita em figuras como Jair Bolsonaro e “com isso se cria grupos como o MBL, de extrema-direita, que têm um padrão de agressão que leva a um clima insustentável de intolerância”, finalizou.

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