PSDB faz gesto e oferece diálogo ao governo, mas segue de olho em impeachment

Pressionado por setores do mercado financeiro e por parte do seu eleitorado, que vinha ressaltando que o compromisso do PSDB era do "quanto pior, melhor", partido voltou atrás em alguns pontos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Pressionado por setores do mercado financeiro e por parte do seu eleitorado, que vinha ressaltando que o compromisso do PSDB era do “quanto pior, melhor” ao votar medidas contra o ajuste fiscal, tendo como marco o voto pelo fim do fator previdenciário, o partido agora abriu janela de negociação com o governo federal, como destaca a Folha de S. Paulo

A janela foi aberta com o aval do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), em torno de projetos considerados vitais pelo Planalto para evitar aprofundamento da crise econômica. A discussão sobre os termos para a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) inaugurou a nova fase, mas os tucanos já debatem outras propostas. A expectativa é que o partido vote em peso pela manutenção dos vetos de Dilma às chamadas pauta-bomba. 

Conforme destaca o jornal, o líder do governo, Delcídio Amaral (PT-MS) tem mantido contato permanente com Aécio e José Serra (PSDB-SP). Contudo, apesar da trégua, o PSDB já avisou que não apoia dois dos principais projetos do governo: a repatriação de recursos do exterior e a recriação da CPMF.

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O PSDB ainda apresentará agenda mínima anticrise dia 26, deixando claro até onde vai para ajudar o governo a aprovar o ajuste em reação às críticas de que prejudica a economia para desgastar o Planalto, diz a coluna Painel da Folha.

A mesma coluna ainda fala sobre Eduardo Cunha (PMDB-RJ) destacando que, até pouquíssimo tempo atrás aliados do presidente da Câmara, o PSDB e setores do PMDB já torcem pelo rápido afastamento dele para que o pedido de impeachment de Dilma Rousseff possa ser conduzido por alguém que, nas palavras de integrantes dos dois grupos, não “desmoralize” o processo de deposição da petista. “A vilã é ela. Você está deixando ela ser substituída nesse papel”, disse Carlos Sampaio a Cunha, de acordo com relatos ouvidos pelo jornal. 

Porém, há o receio de que o sucessor do peemedebista seja alguém mais alinhado ao Planalto, que não dê andamento ao pedido na Casa.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.