PSDB adia divulgação de parecer contra Dilma; Aécio diz que haverá avanço com consistência

Pedido de impeachment segue no radar do PSDB; contudo, houve um recuo em meio às declarações de Eduardo Cunha

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O PSDB adota agora maior cautela com relação a um possível pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em meio a declarações diversas entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que classifica o movimento como precipitado, e alguns senadores e deputados do partido que defendem com mais veemência o pedido. 

E, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o PSDB adiou a divulgação dos pareceres contra a presidente Dilma encomendados ao jurista Miguel Reale Jr. O adiamento foi decidido em meio às declarações do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que rejeitará um eventual pedido de impeachment com base nas “pedaladas fiscais”. Tratam-se de manobras que o governo usou para melhorar as contas públicas, atrasando repasses do Tesouro aos bancos públicos.

A avaliação do PSDB é de que as declarações de Cunha no domingo, quando participou do 14º Fórum de Comandatuba, mostraram a “má vontade” do líder da Câmara em abrir o processo no Congresso. 

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Ontem, o senador e presidente do PSDB Aécio Neves (MG) se reuniu com Reale Júnior para conversar sobre o andamento do parecer encomendado pelo partido sobre o impeachment da presidente. O jurista fez uma apresentação preliminar e disse concordar com o presidente da Câmara. Como as “pedaladas” foram feitas no primeiro mandato, Dilma não poderia perder o mandato atual. 

“O que quero afirmar de maneira muito clara é que o PSDB estará unido no momento em que definir qual é a ação cabível. E mais do que isso, estará unido aos partidos de oposição. Não iremos nos omitir. Tampouco vamos nos precipitar”, disse Aécio em coletiva após o encontro. Ele ainda afirmou que a oposição trabalha unida e com responsabilidade no debate sobre um pedido de impeachment da presidente da República e só avançará nesta proposição no momento em que tiver consistência nesta análise.

De acordo com o senador mineiro, o ex-ministro da Justiça ainda não concluiu as análises que está fazendo e  não há prazo estipulado para que isso aconteça. “Estamos absolutamente serenos em relação a essa questão. Nós vamos fazer o papel que cabe à oposição, de investigar as denúncias, e a partir daí vamos decidir que papel empreender”, afirmou. Aécio ainda destacou que não há divergências dentro do partido e qualquer decisão que for tomada será consenso entre os tucanos. “O PSDB estará unido”. 

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Já o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que o pedido não pode ser tratado como algo trivial. “Mesmo que se gaste mais tempo, preferimos algo mais robusto e irrefutável”, afirmou.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.