Promotor contesta fala de Lula de que não tinha triplex; Odebrecht fez obra em sítio ligado a ele

Duas novas notícias, do Globo e da Folha, colocam o ex-presidente de novo em destaque nos noticiários

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite da última sexta-feira (29), o promotor de Justiça José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era sim proprietário de um apartamento triplex no edifício Solaris, no Guarujá.

Blat contesta a versão de Lula de que ele nunca foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto da Bancoop,  cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A Bancoop se declarou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a OAS, que também é alvo da Lava Jato.

“A Bancoop não é um consórcio. A Bancoop, ela oferecia unidades habitacionais. Todos, sem exceção, compraram apartamentos ou casas e, ao longo do tempo, pagaram as prestações devidas à Bancoop, que colocou um sobrepreço indevido, ilegal. Então, todas as pessoas que compraram da Bancoop compraram coisas concretas, ou seja, unidades habitacionais, apartamentos e casas. Não existem cotas da Bancoop”, declarou.

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A 22ª fase da Operação Lava Jato, chamada Triplo X, foi deflagrada na última quarta-feira e o edifício Solaris está entre os alvos desta operação. O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que proprietários de apartamentos do residencial  usaram nome de terceiros para ocultar patrimônio. 

O condomínio Solaris começou a ser construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso em abril do ano passado. O empreendimento foi repassado para a empreiteira OAS em 2009, em função de uma crise financeira da cooperativa. Para os investigadores, há indícios de que as aquisições dos imóveis ocorreram por meio de repasse de propina entre os envolvidos nos desvios de recursos da Petrobras, entre eles a OAS.

Em nota, o Instituto Lula contestou as acusações do promotor. Segundo o advogado Cristiano Zanin Martins, toda cooperativa funciona por meio de cotas, conforme uma lei que vale para todo o País.

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“No caso das cooperativas habitacionais, como a Bancoop, os associados se reúnem para realizar projetos residenciais a custo mais baixo. Ao final da obra, cada cota passa a equivaler a uma unidade, que pode ou não estar pré-definida. Qualquer que seja o nome que se dê a este sistema, o fato é que o ex-Presidente Lula e sua família nunca foram proprietários de um apartamento triplex no Edifício Solaris, porque optaram por pedir a devolução do dinheiro investido no projeto”, afirmou Martins.

Ainda sobre Lula, destaque para a notícia de hoje da Folha de S. Paulo. A ex-dona de uma loja de materiais de construção e um prestador de serviço de Atibaia (SP) contaram que a empreiteira Odebrecht foi a responsável pela maior parte das obras de reforma em um sítio frequentado pelo ex-presidente.

A Folha ressalta que a reforma começou em outubro de 2010 e a Odebrecht teria gastado cerca de R$ 500 mil apenas em materias de obras , estima Patrícia Fabiana Melo Nunes, que era proprietária do Depósito Dias, loja que forneceu produtos para a reforma no sítio. 

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A propriedade rural está no nome de duas pessoas. Uma está registrada por Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo que fundou o PT com Lula. A outra pertence formalmente ao empresário Jonas Suassuna, sócio, assim como Bittar, de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do e­­x-presidente. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.