Prisão de Temer contamina Brasília e aumenta custos políticos de Bolsonaro

Fato acontece em um momento de desconforto do Legislativo com o Planalto, justamente por conta do que alguns deputados chamam de "demonização" da política tradicional conduzida pelo presidente Jair Bolsonaro

Equipe InfoMoney

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* por XP Política

A prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco, além de evidenciar uma disputa entre Ministério Público, Judiciário e Legislativo – sobre a qual escreveremos um texto à parte –, turva um pouco mais o ambiente político no Congresso Nacional.

O fato acontece em um momento de desconforto evidente do Legislativo com o Palácio do Planalto, justamente por conta do que alguns deputados chamam de “demonização” da política tradicional conduzida por Jair Bolsonaro.

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Temer, como se sabe, é grande símbolo dessa política tradicional e representa a relação Executivo-Legislativo que foi o principal alvo de Bolsonaro durante sua campanha à Presidência – discurso do qual o presidente não se libertou, mesmo depois de assumir o cargo.

Para os esperados avanços na reforma da Previdência, o momento exigia justamente que Bolsonaro desse passos em direção ao pragmatismo na relação entre governo e Congresso – abandonando a visão de que é nocivo qualquer contato entre Executivo e Legislativo. A prisão do ex-presidente Temer aumenta o custo de qualquer gesto de Bolsonaro nesse sentido, principalmente no momento em que o presidente vê reduzida sua popularidade e a aprovação de seu governo.

Como se não bastasse, o tema certamente atrairá atenção no Congresso, desviando o foco que era mantido na Previdência. Já despertou também discursos de líderes aliados do novo governo, como o senador Major Olímpio (PSL-SP), o que pode inflamar ainda mais o ambiente. Válido lembrar que figuras influentes no governo Temer continuam tendo papel de protagonismo na Câmara e no Senado.

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Importante notar ainda que Moreira Franco é casado com a sogra do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que alterou seu tom em relação ao governo e ao ministro Sérgio Moro nos últimos dias.

Mas Brasília vive de ondas. O clima esquenta agora e nos próximos dias, mas volta à temperatura normal com o tempo.

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