Principal ETF brasileiro sobe 5% após eleição de Bolsonaro e mais destaques do mercado

Eleição de Bolsonaro anima ativos brasileiros no exterior e é esperada reação positiva no mercado doméstico

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O mercado doméstico repercutirá a confirmação da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) nas urnas e acompanhará atentamente as próximas movimentações e discursos do presidente eleito e sua equipe em formação. 

Segundo os analistas ouvidos pelo InfoMoney ainda no domingo de eleição, a bolsa neste momento é o melhor ativo do Brasil, com potencial para o Ibovespa subir 45,8% sobre o nível atual, atingindo 125 mil pontos até o final de 2019 caso as reformas avancem no Congresso. No cenário-base da XP, a bolsa brasileira deve ficar entre 105 e 115 mil pontos.

Ativos ligados ao Brasil reagiram positivamente à eleição de Bolsonaro ao redor do mundo. O ETF (Fundos de Índice, na sigla em inglês) de ações brasileiras negociado na bolsa de Tóquio, no Japão, registrava alta de 13,47% às 22h15 (horário de Brasília) deste domingo (28), chegando a saltar mais de 14% logo no início dos negócios.

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Pouco depois o ETF em Singapura também iniciou os negócios, registrando também um forte ganho, ainda que mais ameno que o do Japão: 7,80%. O EWZ (iShares MSCI Brazil ETF), principal ETF brasileiro, disparava 5,64% no pré market de hoje. 

Veja no que ficar de olho nesta segunda-feira (29) e na semana.

1. Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas encerraram sem direção definida, influenciadas pelas preocupações com o ritmo de crescimento global e balanços corporativos.

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Na Europa, as bolsas operam em alta de olho no orçamento do Reino Unido e influenciadas pela temporada de balanços. 

Nos Estados Unidos, os índices futuros apontam para abertura em terreno positivo, a despeito das preocupações com o crescimento das economias globais e o desempenho das empresas no trimestre passado.

O preço do petróleo recua diante de investidores cautelosos com a desaceleração nas demanda. Há tensão ainda com as sanções que serão impostas pelos Estados Unidos ao Irã a partir de 4 de novembro.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 7h54 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,75%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,43%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,96%

*DAX (Alemanha) +1,59%

*FTSE (Reino Unido) +1,33%

*CAC-40 (França) +0,26%

*FTSE MIB (Itália) +2,63%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,38% (fechado)

*Xangai (China) -2,18% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,16% (fechado)

*Petróleo WTI +0,16%, a US$ 69,23 o barril

*Petróleo brent +0,33%, a US$ 80,04 o barril

*Bitcoin US$ 6.414,69 -0,18%
R$ 23.007 -3,11% (nas últimas 24 horas)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,56%, a 538,00 iuanes (nas últimas 24 horas) 

2. Repercussão internacional das eleições

O principal jornal norte-americano, o The New York Times afirma que o Brasil é o mais recente país a se encaminhar para a extrema direita, elegendo um populista como presidente “na mais radical mudança política desde que a democracia foi restaurada há mais de 30 anos”.

O jornal inglês The Guardian disse que “um populista de extrema-direita, pró-armas, pró-tortura foi eleito como o próximo presidente do Brasil após uma eleição dramática e profundamente dividida que deve mudar radicalmente o futuro da quarta maior democracia do mundo”, afirma a reportagem.

O francês Le Monde ressaltou que o presidente eleito promete “mudar o destino do país”. O jornal ainda destaca que Fernando Haddad, o candidato do PT derrotado no segundo turno, pediu que “seus 45 milhões de eleitores sejam respeitados”.

O argentino El Clarín afirma que a campanha de Bolsonaro se baseou nas denúncias contra a corrupção de governos petistas e contra a insegurança pública.

3. Agenda econômica da semana 

O mercado ficará bastante atento ao resultado do Copom (Comitê de Política Monetária), que na quarta-feira (31) define a nova taxa Selic. Há praticamente consenso entre os analistas de que a taxa básica de juros será mantida em 6,5% ao ano pela quinta vez consecutiva.

Ainda no cenário doméstico, destaque para a taxa de desemprego do IBGE, que sai na quarta-feira (31). A GO Associados projeta uma taxa de 11,9%, dois pontos percentuais abaixo dos 12,1% de agosto, com uma tendência de queda até o final do ano. Outro indicador importante, na quinta-feira (1), será a produção industrial de setembro, cuja expectativa da GO é de um resultado negativo de 0,7%.

Além dos indicadores, atenção especial para a temporada de resultados corporativos, com quase 30 empresas programadas para divulgarem seus números do terceiro trimestre. O destaque fica para o Itaú Unibanco (ITUB4) na segunda à noite, Embraer (EMBR3) e RD (RADL3) na terça e Bradesco (BBDC4) e Gol (GOLL4) na quinta.

Completando a agenda doméstica, vale o investidor se atentar ao feriado no dia 2 de novembro, que mesmo deixando a B3 fechada, terá o movimento dos ADRs em Nova York.

Nos Estados Unidos, serão publicados na segunda-feira (29) os dados relativos aos gastos pessoais dos consumidores. Já na quinta-feira (1), destaque para o PMI industrial e de serviços relativos ao mês de outubro.

Porém, o principal indicador será o relatório de emprego, na sexta-feira (2), que trará os números de ganhos médios por hora trabalhadas, a taxa de desemprego de outubro e e outros números do setor.

Na China, os destaques serão as sondagens PMI industrial e não industrial relativas a outubro, que serão divulgadas terça-feira (30). Enquanto isso, na quarta-feira (31) sai a sondagem PMI Industrial Caixin deste mês.

Para conferir a agenda completa de indicadores e resultados, clique aqui.

4. Noticiário político

Após o resultado das urnas, Jair Bolsonaro (PSL) citou Deus, fez uma oração em sua primeira aparição pública e prometeu um governo “constitucional e democrático”. Buscando um tom mais conciliador e ameno do que vinha adotando em suas campanhas eleitorais, e negando posições históricas que mantinha ao longo de toda sua carreira política, Bolsonaro prometeu proteger a Amazônia. Sinalizando para empresários, Bolsonaro prometeu enxugar os gastos públicos e cortar privilégio. Bolsonaro também disse que fará mudanças na política externa brasileira, alegando que “libertará o Itamaraty do viés ideológico”.

A definição da composição de ministérios de Bolsonaro deverá se acelerar nos próximos dias, mas os primeiros nomes já foram confirmados por ele. No poderoso ministério da Fazenda, que poderá ser renomeado para Economia, figura desde o início o economista Paulo Guedes. Para a estratégica Casa Civil, foi escolhido o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). E para o Ministério da Defesa, a escolha recaiu sobre o general reformado Augusto Heleno.

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Na pasta de Ciência e Tecnologia, o astronauta brasileiro Marcos Pontes, que é tenente-coronel da Aeronáutica, também foi confirmado por Bolsonaro e ele próprio admitiu que aceitaria a missão.

Paulo Guedes garantiu que a prioridade de sua pasta será a retomada do crescimento com o controle dos gastos públicos e a segurança jurídica para atrair investimentos privados e reverter o cenário de desemprego. Guedes afirmou que vai construir um marco regulatório para os investimentos em infraestrutura. Segundo ele, o alto custo no Brasil é resultado da falta de segurança jurídica.

Ao lamentar os resultados que atribuiu ao atual modelo econômico adotado no país, ele citou o endividamento “em bola de neve”, a estagnação do crescimento e os 13 milhões de desempregados atualmente no Brasil.

No rol das medidas a serem adotadas, ele ainda elencou a reforma da Previdência e as privatizações como forma de redução da despesa com juros. O provável ministro da economia de Bolsonaro também prometeu reduzir privilégios e benefícios e simplificar e reduzir impostos e encargos trabalhistas.

5. Noticiário corporativo

A XP investimentos divulgou um relatório logo após o anúncio do resultado das eleições elevando o preço-alvo das ações da Petrobras e do Banco do Brasil. No caso do Petrobras, o preço-alvo das ações ordinárias (PETR3) passou de R$ 27 para R$ 32, enquanto nas preferenciais (PETR4) o alvo foi de R$ 28 para R$ 33. Em relação ao fechamento da última sexta-feira (26), o potencial de alta é de 19,6% e 6,7% para as preferenciais e ordinárias, respectivamente.

A equipe de análise vê menores riscos de intervenção na política de preços de combustíveis da companhia em 2019 em diante, com base em afirmações do presidente eleito de que manteria repasses de preços de petróleo e câmbio, mesmo que com uma frequência menor.

Em relação ao Banco do Brasil  (BBAS3), o preço-alvo passou de R$ 41,00 para R$ 51,00. “Com a definição da eleição, estamos mais confiantes de que o banco será capaz de seguir com as iniciativas de crescimento da rentabilidade. A recuperação econômica do Brasil e a execução das tão necessárias reformas também impulsionarão o BB e outros bancos”, diz a análise.

A Eletrobras (ELET3; ELET6) prorrogou o prazo de adesão ao Plano de Demissão Consensual (PDC) para o dia 9 de novembro. A data anterior era até a última sexta-feira, 26 de outubro. O plano visa o desligamento de 2,281 mil empregados, com economia estimada de cerca de R$ 660 milhões por ano para as empresas envolvidas no plano – a holding e mais CGTEE, Chesf, Eletronuclear, Eletronorte, Amazonas GT, Eletrosul, Furnas e Cepel.

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