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SÃO PAULO – O presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciou nesta sexta-feira (11), dexando o poder a cargo das Forças Armadas do país. A decisão veio mesmo após, na véspera, Mubarak ter feito uma declaração na rede de televisão estatal em que reiterou sua permanência no cargo até as próximas eleições, em setembro, e delegou poderes ao seu vice-presidente, Omar Suleiman.
Na televisão, o vice-presidente informou que Mubarak havia deixado o escritório da presidência. “Ele instruiu o Conselho Supremo das Forças Armadas a assumir os compromissos do país”, disse Suleiman.
A rede de televisão Al Arabiya informou que Mubarak e sua família deixaram o Cairo em pelo menos dois helicopteros, em direção a Sharm El-Sheikh, no Sinai. A queda de Mubarak veio após protestos que se estendem há 18 dias nas ruas das principais cidades do país.
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Militares
O comando militar do país prometeu garantir que as eleições sejam “livres e honestas” após a saída do ditador que ocupou o cargo por 30 anos, além de viabilizar mudanças na Constituição. O Exército pede que os manifestantes voltem às suas casas e “retornem para sua vida normal”.
Ao contrário, as pessoas vão para as ruas das principais cidades do país. Nesta sexta-feira, manifestantes haviam convocado mobilizações em massa em ao menos seis locais do Cairo. A população das cidades de Alexandria, Suez, Tanto, Mahalla e Assuit também participou de marchas.
O clima mistura raiva e frustração após os militares tomarem o poder, informa o Washington Post. Vale lembrar que Hosni Mubarak comandou o Egito como um autêntico líder das Forças Armadas, em um mandato marcado pela corrupção e abuso de poder. A lei de emergência dava ao Estado, por exemplo, o direito de prender e proibir direitos básicos, sob o pretexto de proteger o turismo egípcio.
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Oposicão comemora
Na praça Tahrir, o principal palco e símbolo das manifestações, o povo hasteia bandeiras do país, grita e chora. “O Egito está livre!” e “Mubarak deve partir! Ele está acabado” são algumas das frases de ordem que se ouvem por lá.
Para o líder oposicionista Mohamed El Baradei, Prêmio Nobel da Paz de 2005 e ex-chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), a libertação do país marca o melhor dia de sua vida. Em entrevista à agência noticiosa norte-americana Associated Press, El Baradei disse esperar uma “bela transição”.
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