Presidente da Venezuela diz que pode prender gerentes da Heinz por “sabotagem”

A ação mais recente contra uma companhia multinacional na Venezuela ocorre poucos dias antes das eleições legislativas

Reuters

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CARACAS – Os gerentes das operações venezuelanas da Kraft Heinz podem ser preso caso seja comprovada “sabotagem”, disse o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na noite de terça-feira na televisão estatal.

A ação mais recente contra uma companhia multinacional na Venezuela ocorre poucos dias antes das eleições legislativas, nas quais o Partido Socialista, de Maduro, deve perder a maioria na Assembleia Nacional pela primeira vez em uma década e meia.

Essa não é a primeira vez que o presidente realiza campanhas contra líderes empresariais e ordena prisões, seguindo os passos do antecessor Hugo Chávez, que expropriou operações de pequenos negócios a multinacionais na Venezuela.

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Maduro disse durante um programa televisivo de quatro horas de duração que trabalhadores denunciaram a companhia alimentícia por paralisação “injustificável” das linhas de produção. “Se os gerentes estão cometendo sabotagem, aqui está o chefe da Sabin (serviço de inteligência da Venezuela) e ele irá colocá-los na prisão”, disse Maduro, acrescentando que autoridades iriam visitar fábricas nesta quarta-feira. “Chega da burguesia. Prendam-os”.

A economia é uma das principais preocupações dos eleitores na Venezuela, com inflação considerada na casa dos três dígitos e falta dos bens mais necessários, que levam a longas filas nos mercados.

Críticos veem a retórica antiempresas de Maduro como uma tentativa de angariar apoio antes da eleição de domingo, e dizem que atacar empresas só irá piorar a escassez.

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